domingo, 9 de novembro de 2014

COM QUE ZELO VOCÊ TEM CUIDADO DAS SUAS RELAÇÕES?

Você TEM CUIDADO das suas relações?  Desculpa! Emprego do verbo em continuidade... Melhor perguntar: Você CUIDA das suas relações?
Se a resposta for SIM, parabéns! Mas temo que seja NÃO para a maioria de nós...
Todas as coisas estão postas ao cuidado!
O que não se cuida gasta, perde, estraga, pui, decai... Todas as relações estão postas ao cuidado. Não existe relação unilateral, relação imprescinde ao menos dois em troca e gratuidade.
Que droga! Quando é que a gente vai entender que as relações não se fazem sozinhas? Elas carecem de investimento, dedicação, cuidado, zelo...
Mas, se olharmos com atenção, veremos que somos um bando de imbecis, autocêntricos, vivendo relações egocêntricas, imperialistas e, o pior – CIRCUNSTANCIAIS – ou não perceberam ainda que somos peças dentro de um jogo, ora úteis, ora inúteis, e só?
É cada um no seu posto querendo atenção e zelo quando acham conveniente, e logo mais peças fora do jogo quando as conveniências mudam... Somos apenas um bando de imbecis, tolos, sozinhos, carentes, e burros pra porra!!! Uma geração de loucos solitários construindo com esmero nossos castelos de solidão e perguntando: o que fizemos de errado????
O que fizemos de errado? Achamos que éramos a %$#@& do centro do mundo! Sentados em nossos tronos de ilusões, autoestimando uma droga de existência egoísta... Querendo ser amados, queridos, escutados, acolhidos em nossas fragilidades sem no entanto construir meios pra isso.
Que cuidado você tem dado às suas relações? Ainda não parou pra pensar que acaba, desvanece, entristece, se parte e parte tudo o que não tem zelo, tudo a que não se dedica cuidado?
Sei que já disse antes: “tá com saudades? Ligue! Quer saber notícias? Procure! Quer dar um abraço? Vá ao encontro! Não espere do outro. É você e o seu desejo... tem a ver com você e você mesmo... realize!!!”. É, já disse sim!!!! E não estou voltando atrás não!!! Mas, é muito claro, nessa fala tem clara uma relação sua com seu desejo; você está no comando; você decide como quer agir diante das suas necessidades do outro, se sozinho esperando ou realizando. Tudo bem! Mas isso não é relação!!!!!
 Com que zelo tem cuidado das suas relações? Que investimentos tem feito? Com que atenção tem cuidado das relações que te deram ou darão o cuidado que um dia, inevitavelmente, você vai precisar?
Agora vou dizer: “Quer comtemplar rosas? Regue! Quer um abraço? Estenda os braços! Quer carinho? Acaricie! Quer cuidado? Cuide também e bem! É SIMPLES ASSIM!!!
Estou cansado da avareza sentimental de alguns... Escondem sua solidão em avultadas relações porque não são capazes de cuidar das relações que tem. Vivem relações pontuais e circunstanciais. Egoístas, não conseguem enxergar nada que não suas próprias necessidades... Ah! Vão pra uma %$#@&!!!
Peço humildemente: AFASTEM-SE DE MIM!!!!
Mas não posso deixar de ressaltar o contrário; não posso deixar de sentir uma vontade imensa de sorrir ao lembrar de pessoas lindas em suas relações de troca, interação, cuidado, zelo. Obrigado por me fazerem digno de suas companhias, suas palavras, seu acolhimento. Vocês merecem o melhor da vida!!!
Como? Se os avarentos sentimentais não merecem também o melhor? Claro que não! CARECEM DO MELHOR DA VIDA! O que é bem diferente: MERECER e CARECER.
Se eu mereço ou careço? Não sei ao certo... Sei que, ao menos, tenho a certeza de não esperar de ninguém o que não for capaz de oferecer também. E descobri de mim mesmo que não sou gratuito sempre, que igual todo mundo, também espero zelo e cuidado dos que zelo e cuido e, se em algum momento fiz parecer diferente, estou desfazendo:
A partir de agora, terá parte de mim e parte na minha vida quem for capaz de fazer parte dela também. Como diz a canção: SEMPRE TEM A HORA QUE O CAMELO TEM SEDE. E tenho dito!!!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

PESSOAS, SEUS JARDINS SECRETOS E SUAS CERCAS ELÉTRICAS

Você já teve contato com pessoas marrentas, caladas, defensivas, autossuficientes, sabendo que era tudo mentira???? Kkkkkkkkkkk... Eu já!
Desconfio sempre de pessoas assim... não uma desconfiança negativa relativa a valores, não! É que aprendi que, quanto mais alto e reforçado o muro e suas cercas elétricas, mais há de valor a ser guardado ali dentro...
De minha parte, sempre fui travesso. Minha mãe nos comprava presentes e guardava no armário dela, eu sempre abria antes, via, fechava de novo, e esperava ela entregar pra poder revelar o delito. Kkkkkkk... Essas pessoas e suas cercas elétricas despertam o menino arteiro em mim. Fico procurando pequenas brechas nos seus muros para poder ver os jardins secretos que escondem, e como adoro seus jardins... Há sempre uma brecha, e se uma brecha há, há em mim estímulo pra procurá-la, e alegria por contemplá-la.
Usei a expressão “os jardins secretos que escondem”, mas me sinto impelido a fazer uma justa correção para “os jardins secretos que PRESERVAM”.
Todos nós nascemos sem muros... eles vão sendo construídos... tijolo a tijolo... porque a vida vai mostrando que algumas coisas em nós precisam ser preservadas... E talvez eu entenda, ou não, não sei!
Tenho comigo que cada um de nós tem um “tesourinho” de quinquilharias muito valiosas dentro. Seria como olhar os bolsos de um menino e, nas suas bolinhas de gude, notas de papel de cigarro, figurinhas e peças de um time de botão, encontrar seu tesouro. Quem pode duvidar ou mensurar o valor daquele tesouro? Dizer pra esse menino que aquilo não vale nada, com toda certeza do mundo, vai fazê-lo chorar...
Eu sou esse menino... Acho que todos somos um pouco dele também. Não temos problemas em mostrar grandes feitos, grandes virtudes ou coisas de fato louváveis, porque temos a certeza de que isso será reconhecido. Nosso medo está justamente em mostrar as quinquilharias mega valiosas que guardamos nos bolsos meninos da nossa alma, por um motivo muito simples: medo de precisar chorar por não encontrar pessoas com olhos sensíveis para reconhecer o valor imenso que aquelas coisas, fatos, pessoas, rostos, sonhos, vontades, gestos, têm em si mesmas e pra nós. Eu sei como é, também já chorei por isso...
E mais: em nossos dias, dias da grandeza, do aparente, do visível, da valorização do forte, do audaz, do autossuficiente, a ideia de deixar à mostra nosso pequeno tesouro gera a ideia oposta de nos expormos frágeis, meninos, amantes, aprendizes... Abominamos essa ideia por medo de parecermos fracos e assim abrir espaço pra que alguém venha, não enxergue, e pise nas rosas dos jardins que cultivamos e onde adoramos ver os colibris, ou o pôr-do-sol dourando as folhas, sentados no balanço lá no canto, quando ninguém tá vendo, e podemos ser somente nós mesmos...
Talvez por isso eu entenda as pessoas, seus jardins secretos e suas cercas elétricas... Também já chorei por não terem visto, não terem notado, por terem pisado às flores que plantei e cuidei com tanto carinho e zelo... Respeito suas reservas, seus choques, seus muros altos... Mas é que sou menino de rua, não sei brincar sozinho; prefiro chorar porque pisaram o meu jardim a contemplá-lo dentro, sozinho... Sou menino de rua que pula muros e rouba flores... Tenho braços e pernas cheios de cicatrizes que só dizem do quanto adoro os seus jardins; já dando até choque de tantas descargas que já levei em suas cercas elétricas pra poder ao menos vê-los brincar sozinhos em seus jardins secretos com seus pequenos tesouros de essências...
Se ao chegarem à minha casa, encontrarem os muros derrubados, não é por pouco zelo por ela, é que assumi o risco de ser fraco, frágil, menino, e porque não se pula corda sozinho... E se pisarem nas minhas flores ou rirem dos meus tesouros, espero que saibam e possam correr mais do que eu, porque se eu pegar “couro come”!!! Kkkkkkkkkkkk...



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DIGA 33!!!

Tô fazendo 33 anos, que massa!!! Kkkkkkk...
Antes de ontem desci os quatro andares de escada pulando de 3 em 3 degraus e, quando cheguei lá embaixo, me dei conta do fato e pensei: “Cara, te comporta, você vai fazer 33 anos!!!”, e ri muito!!! Kkkkkkkkkkk... Mas por que tenho que me comportar diferente? Perguntei pra mim mesmo e não obtive respostas, talvez porque elas não existam; talvez porque possíveis respostas tendessem a uma definição, e definições são burras demais, limitantes demais... e somos muito para ser limitados!!!
Olhando para esse ciclo de estações que se findou, parei e senti cada rosto, cada história que cruzou a minha... Senti-me extremamente grato ao acaso e às mais diversas situações, das boas as ruins, que nos fizeram tocar as vidas, e desejei um caminhão de felicidades a cada um deles. Mas um deles, em especial, me fez parar, por uma série de reservas que, por razões muito justas, faz de mim. Parei e desejei-lhe um bem muito real. E pronto! É da minha liberdade querer bem a quem eu quiser. Mas entre senti-lo apenas para mim e emancipá-lo, comunicá-lo, mesmo diante da possibilidade da possível incompreensão ou julgamento, mande-lhe uma mensagem.
Talvez soe como agressão ou ofensa, não sei... Mas achei limitante demais para mim ter meu desejo barrado por definições de mim que não necessariamente sou eu, e limitante demais também achar que o outro não possa compreendê-lo sendo também incrivelmente infinito. Então comuniquei! Porque achei que burro mesmo seria não comunicá-lo...
Dentre as várias coisas que aprendi de mim nesses 33 anos, uma delas é que vim com defeito de fábrica, negando-me irredutivelmente a me deixar prender por definições ou estereótipos. Aí lembrei de uma canção, de muitos anos atrás, que dizia:
“Contempla-me, Senhor, inteiramente despido. As cicatrizes que trago em minh’alma são marcas na minha busca por Ti, e fraturas na minha busca por mim mesmo... As paredes que me aprisionam também me protegem; quem dera pudessem proteger-me de mim mesmo. Pra que ter asas se não posso voar? -  sempre me fiz essa indagação. Asas são decretos de liberdade, em especial, no coração.”
Às vezes se faz difícil conter toda essa grandeza e liberdade dentro. Somos um invólucro apertado demais para nós mesmos. Vivo em vias de partir-me em milhares de pedaços e perder-me, se é que já me tive e que achado fui, se perder é a melhor e mais linda forma de achar...
Um amigo muito generoso e querido me ligou e disse: “Já pode ser crucificado!!!”, mas não! O Cristo já fez isso de uma vez e por todas!!! Cabe a mim agora levar a bom termo, levar a excelência a minha condição de gente, me gentificando, kkkkkkkkk, mais gente ficando, misturando o ancião conversador, a criança puladora de escadas e o homem hoje, com 33 anos, pronto para ser muito feliz...
Humildemente, peço ajuda para isso. Vocês todos, de longe e de perto. Os desconhecidos e os conhecidos também. AJUDEM-ME A CONSTRUIR ESSA HISTÓRIA COM TUDO O QUE TEMOS E PODEMOS DE MELHOR!!!

Beijos nas suas bocas com toda minha gratidão e gosto de eternidade...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O avesso do avesso do avesso do avesso

Não sou feito de carne e ossos. Sou feito de palavras, imagens, música e sonhos. O resto é apenas uma cápsula, uma prisão que me obriga a estar em apenas um lugar quando eu queria estar em vários... Um dia tentei me conformar acreditando que estaria por aí, unido aos tantos com quem atei laços, mas não era real!!! Cada um é só um mesmo... Não sei porque me dói tanto aceitar isso??? Por que chorar por uma coisa tão óbvia???
Sinto-me como uma criança que descobre que Papai Noel não existe... como o eu lírico da canção que diz ”um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão, e se querer eles me deram a chave que abre essa prisão...”. Criei pra mim um mundo onde as pessoas são sempre boas, honestas, verdadeiras, me tranquei nele, e agora, fora dessa prisão, me sinto como um animal que passou a vida toda em cativeiro e não sabe se virar na selva, num habitat que devia ser-lhe natural...
Mas me nego a acreditar a aceitar!!! Me nego!!!
Como um passarinho que se lhe abrem a gaiola e ele resolve permanecer, porque dentro parece muito maior que lá fora. Fora do que acredito, as coisas me parecem muito apertadas... me sufoco...
Ouvi certa vez de um sábio que conseguiria, que saberia equilibrar, mas não sei não... Vivo metade da minha vida tentando equilibrar e a outra metade andando desequilibrado...
Dos sonhos que tenho quando durmo? São o recreio da minha alma... só servem pra me encantar e me levar onde eu não posso ir... Os sonhos meus mesmo são os que sonho acordado, em todo lugar por onde ando, olhando para as pessoa na rua e imaginando que histórias incríveis devem se esconder por trás daqueles passos apressados, mas eles nem sabem... parecem não se perceber vivendo... só vivem... como se possível apenas viver fosse...
Quem está certo? Quem está mentindo? Filosofar essas questões não me leva a lugar nenhum... Nunca me levou... Então, porque perder tempo com elas?
Acho que o melhor mesmo é dormir e, só por hoje, não me preocupar em se dormem bem todos a quem atei laços... Melhor passar a desejar bons sonhos ao mundo inteiro, sem caras definidas, sem raça, sem religião, sem gênero, sem nada...

Só dormir... Amém!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Aos que AMARAM ATÉ PERDER A DIGNIDADE

“Amei aquele homem até perder a dignidade!”, essa foi a celebre frase da filósofa Srta. Pipa ao relatar sua vida afetiva em julho desse ano e que vem ecoando em minha alma confusa entre as duas verdades que encerra.
Adoro histórias, as amorosas me encantam sobremaneira. Acho incrível quando as pessoas contam, espantadas, sobre a capacidade de expansão e elasticidade dos seus limites, para além do que podiam imaginar sobre si mesmos, quando tocados pelo amor, quando movidos por essa energia de força inenarrável.
Talvez aí o “Q” da questão: SERÁ QUE AMARAM ATÉ PERDER A DIGNIDADE MESMO???
Eu, de minha parte, do clube dos românticos de carteirinha, adoro pensar que sim, mas sei que não...  E tenho todo prazer em compartilhar essa ideia:
O amor na verdade é uma projeção. Temos conosco mesmos uma identificação que nos faz, em circunstâncias normais, querer pra nós o bem, a felicidade, a alegria... Quando amamos DE VERDADE, agregamos outra identidade à nossa e, automaticamente, projetamos todo bem que nos queremos ao outro, criando mesmo a ideia de que somos felizes se o outro tá feliz, que nosso sorriso é mais alegre se o outro sorri, e a nossa felicidade só é completa se o outro está nela. Essa projeção cria um suposto esvaziamento de si. O “eucentrismo” é minimizado e cria-se um “outrocentrismo” afetivo.
Dessa dinâmica podem surgir duas realidades:
1 – O amor é recíproco – você ama, se esvazia, e se projeta em felicidade no outro, que também TE AMA, se esvazia, e se projeta em felicidade sobre você. Os supostos vazios são preenchidos pela presença da projeção do outro. Saímos de casa pra habitar o outro que vem e habita em nós e assim se estabelece uma relação intrínseca entre as subjetividades, sem nenhuma sensação de perda, mas de troca, partilha, comunhão.
2 – O amor não é recíproco – talvez seja essa a dinâmica mais comum ou mais popularizada. Você ama, se esvazia, e se projeta em felicidade no outro, que também SE AMA e, por se querer egoticamente demais, não se esvazia, e se projeta em felicidade sobre SI MESMO APENAS, e goza a ideia de ter dois, ele e você projetados em felicidade sobre ele mesmo. Assim, a sua projeção gerou um suposto vazio que não é preenchido pela participação do outro. Na partilha de quereres, você não é contemplado, e isso causa uma sensação dolorosa, aqui entendida como a perda da dignidade – tudo é para o outro e nada supostamente é pra você.
O outro se quer e tem o seu querer. Você quer o outro. Placar desigual: 2x0. Mas você não admite perder o campeonato. Você é amante, tá movido por essa força incrível, que é o amor, e acredita que é capaz de reverter esse placar, nem que seja na prorrogação. E você dá ainda mais de si, esvazia a dispensa de sua “dignidade” indo sempre além, empenhando sempre mais, vendo o final eminente da partida, mas sem admitir a possibilidade de perder, porque perder e inversamente proporcional ao amor, que só admite multiplicar.
Aqui retomamos um ponto já comentado: a capacidade de expansão e elasticidade dos limites. Pra vencer esse jogo perdido, você precisa ir muito além do que foi até então, precisa levar os seus limites à sua máxima extensão, e essa ampliação é maior quanto mais o cronometro indica o final da partida, ainda perdida em desvantagem pra você.
Mas o jogo acaba. Sempre chega a hora, quando se estabelece o JOGO, a BRINCADEIRA com os sentimentos, que o tempo acaba e aparece na tela o GAME OVER. Você perdeu! Lutou até as raias da loucura, mas perdeu. Jogava sozinho. E, supostamente perdedor, passa a gozar da ideia confusa do: AMEI ATÉ PERDER A DIGNIDADE.
Mas será?
Agora circulando pela engenharia e arquitetura, da vida e da alma, para qualquer obra de expansão, precisa-se mesmo esvazia a casa. Nossa casa é nossa alma. Pra levar a bom termo essa expansão de limites, de compreensões, saímos em direção ao outro enquanto em nós a casa vai sendo reformada, muros derrubados, espaços redimensionados. Expansão é aumento de tamanho. A alma está sendo redimensionada, reformada em amplidão.
O jogo terminou. Você perdeu. As luzes do estádio se apagaram. Exausto, você volta pra casa, tentando emendar a pouca ou quase nenhuma dignidade que você acha que lhe resta. Mas quando você chega em casa... Meu amigo, minha amiga, quando você chega em casa, dorme, recobra suas forças, e ACORDA, você descobre os incríveis espaços que todo esse aparente esvaziamento de dignidade lhe proporcionou, e você a redescobre ampliada duas, até três vezes mais.
Você pode até achar estranho, inicialmente, ocupar todo esse espaço de dignidade sozinho. Os móveis da alma agora estão pequenos demais para os espaços novos. É só o começo de mais uma reforma que precisa passar por várias áreas em você.
Depois de tudo prontinho. Você (nós) esta(remos) pronto(s) pra acolher um amor ainda maior. E cuidado para não ocupar todos os espaços – vai ser bom pra alguém que chegar notar que você deixou uns espaços na decoração reservados para o que o outro traz e agrega.
Agora pergunto: quem perdeu mesmo quando você amou até perder a dignidade?????? Kkkkkkkkkkkkkk... Adoro esse revanchismo não maldoso do amor: não perde quem deu, perde quem não partilhou...

ABENÇOADOS, mesmo sem o perceber, SÃO os que amam até perder a dignidade. Nunca mais serão os mesmos...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

QUANDO DESCOBRI-ME TRAIDOR

Olhei de um lado, do outro, de costas e de frente, procurando meu melhor ângulo. Não consegui decidir... Inconformado, virei-me do avesso... E descobri-me em ignorância: estou em tudo! Sou todos esses lados e também seus reversos, e posso olhar de cada um desses ângulos sem, no entanto, me perder.
Dei emancipação às minhas partes e as lancei, cada uma em uma direção diferente, em busca dos encantos das pessoas e da vida, da música e da arte que se escondem nas rotinas aparentemente mais patéticas, e me enviavam todos os encantos por um fio afetivo invisível mais eficaz que as mais eficazes fibras óticas, nutrindo a minha matriz de melodia e encantamento.
Daqui, do lugar rotineiro onde me escondo, quase um Clark kent atrás de grandes óculos e uma pasta de professor, dei por exercitar-me amante, e que exercício profundo de descentralização. Num quase abrir mão da imortalidade pela substanciação concreta do amor, enquanto todas as minhas partes iam pelo mundo em busca do encantamento, aqui, de aparência rotineira e medíocre, decidi por agregar à minha vontade, outra; aos meus sonhos, outros; à minha ideia de realização, outra... E de quanto aprendizado isso me foi!!! Antes, apenas sabendo-me amante, agora sendo amante.
E como é maravilhosa a alma amante!!! Ela sacode-nos em nossas raízes e balança nossos ramos mais extensos como que para testar nosso eixo e nossa segurança; confunde a nossa com outra segurança; faz mesmo acreditar que nosso coração bate em outro corpo poético; faz coisas imensas parecerem pequenas e, também seu inverso, coisas pequenas parecerem grandes; garante aos nossos limites uma elasticidade tão grande que nos constrangemos em nossa própria compreensão de nós mesmos...
Se me gostava amador, muito mais agora me gosto amante...
Meio patético, eu sei. Mas até esse ser patético me agrada... rsrsrsrsrsrs... Inclusive quando confunde alguns tolos que me acreditam apenas sabedor do uso do coração como único músculo que pulsa; ignorantes eu sua parca visão, e também não teriam como saber, sei fazer bom uso de outros músculos que pulsam, mas, estão certos, prefiro fazer-lhes uso em conjunto: um pulso estimulando outro, e outros em cadeia pelo corpo e pela alma até um êxtase real que dura horas, dias, semanas, anacrônico a qualquer simples ato que o tenha dado origem.
Escutei, de várias bocas, em várias perspectivas, que todo amor tem suas traições e, embora monogâmico de carteirinha, me descobri traidor. Deixei crescer em meu peito uma paixão antiga, e passei a dedicar meus pensamentos, minha saudade, a ela, de forma a, ao menos nesse instante, não poder estar em qualquer relação sem sentir-me infeliz e traidor.
Para não ser incoerente com tudo o que apregoei, desatei todos os laços, despi-me dos sonhos, peguei de volta o meu coração poético implantando meio que a força em peito outro, e saí, limpo, leve, alegre como a muito não me sentia, em busca da minha antiga paixão. Chorei porque, tendo-a mandado longe e em tantos caminhos, não sabia nem por onde começar a procurá-la. Apenas sentei e chorei a dor da minha saudade... Não imaginava que a verdade dessa saudade pudesse ir tão longe e percorrer os milhares de quilômetros de linhas invisíveis que nos uniam e, uma a uma, todas as partes que deixei livres, foram voltando, e por excelência, para cada uma fiz festa, porque não conseguia deixar de fazê-la tamanho o encantamento que me causavam a cada chegada, pela beleza amadurecida adquirida nesse tempo de emancipação.


E fomos chegando e compondo... compondo e chegando... reabilitando o que se partiu e partiu, sem nunca deixar de ser um, todo. Fomos compondo e chegando, pondo a mesa para um café demorado de fim de tarde. Fomos chegando e compondo a melodia dos que se reencontram...
E os dias, as bobagenzinhas próprias de corações pueril-senis, ganharam nova cor e novo encantamento, agora contempladas por uma multiplicidade de sentidos (sensações e olhares) que, mesmo que tivesse infinitas vidas, abriria mão de todas elas, para levar a cabo, em excelência, apenas uma, essa, vivendo todas no encantamento e na exuberância quase imperceptível de uma só.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

OLHARES XXII - Os perigos de uma pseudointensidade


           Vivemos em um tempo onde se fala muito em intensidade. Parece que "o tempo" está cada vez mais curto e que se é preciso viver tudo com muita dessa tal intensidade enquanto se pode, enquanto se tem tempo, enquanto se é jovem... Já aí um primeiro equívoco: viver com intensidade não tem a ver com idade, gênero ou condição social; não é privilégio dos jovens, como possa parecer.
Talvez, se trocássemos a palavra intensidade por paixão, e ao invés de dizer “viver com intensidade” disséssemos “viver com paixão”, essa noção de viver olhando para tudo com uma potencialidade de força ficasse melhor entendida. Olhar a vida e as coisas com paixão... É só lembrar o que sentimos quando estamos apaixonados: nos sentimos mais bonitos, mais alegres, olhamos para tudo com mais leveza, nos sentimos mais vivos, mais intensos... kkkkkkkkkk... Retornamos então à intensidade, e sobre ela lançaremos nosso olhar de hoje:
“Os perigos de uma pseudointensidade”.
Já vimos que a ideia de intensidade na vida que apregoamos tá muito relacionada à paixão, a uma postura mais encantada, e nem por isso fraca, sobre a vida e as coisas, uma vontade de viver mais e melhor. Mas nem pra todo mundo é assim! Para a maioria das pessoas, essa máxima da intensidade se aproxima muito da etimologia da palavra – em tensão. E para entender melhor isso precisaríamos de uma noção de física, força, tensão, noções essas que vou abrir mão e usar de um exemplo bem simples, do nosso dia-a-dia: alguém de vocês já colocou um varal em casa? É, desses de pendurar roupas mesmo, de plástico, bem populares? Não?! Kkkkkkkkk... Mas é fácil entender. Se colocamos o varal esticado demais, ele fica sujeito a uma tensão e, ao colocar as roupas, o peso delas aumenta essa tensão ultrapassando o que o varal consegue suportar e ele quebra, se parte... Por outro lado, se você usar o mesmo varal, só que o esticando menos, quando sob o peso da roupa, essa tensão não se aproxima tanto do máximo suportado, ele se expande, se adapta, acomoda, e não se parte.
Exemplo mamão com açúcar demais????? Vou provar que não!
Algumas pessoas vivem suas vidas e relações como que esticando varais; parecem que precisam testar a força e durabilidade das coisas, dos sonhos, das pessoas nas suas vidas... Esticam, esticam, forçam, submetem tudo á tensão que experimentam, vivem em tensão, e acham que isso é viver “in tensamente”. Para essa pessoas, nada dura e, principalmente, não duram as relações... E o que hoje não é relação????? Nos relacionamos conosco mesmos, bem ou mal, mas nos relacionamos; com os amigos, com a família, com os amores, com os companheiros de trabalho, com a cultura, com o planeta... para esses pseudointensos, todas essas relações precisam ser testadas, precisam ver até que ponto podem suportar, esticar, mas, como tudo tem um coeficiente de tensão suportável, de tanto tentar, de tanto esticar, quebram e partem... e SE partem... nada tem continuidade... parecem não ter aprendido que, sujeitando a certa tensão, mas sem chegar aos limites, deixando sempre uma margem de força, o varal que nos une às nossas relações pode durar mais, suportar mais...
Ainda falando sobre esse pseudointensos, suas vidas não tem continuidade, vão acumulando histórias partidas, relações despedaçadas, e acham que isso é viver bem, é viver muito... Se acham tão intensos, mas são apenas fracos, e na possibilidade da menor tensão que os toquem, rompem e partem, partem e somem, fazem malas e partem em busca de novas possibilidades de tensionar e romper, romper e novamente partir, se esconder, chorar...
Na minha humilde opinião, sabe como saber se uma pessoa é de fato intensa? Descubra quantos amigos verdadeiros ela tem, mas daqueles que você sabe que pode confiar mesmo, e descubra quanto tempo tem essas relações. Quanto mais duradouras forem, mas intensas são essas pessoas. Anos a fio tensionando, experimentando, escolhendo o melhor momento, sabendo até que pode se pode ir, quando se deve retornar, se aproximando muitas vezes da tensão máxima suportável a ponto de romper, mas empenhando ainda mais força para manter, não partir, permanecer... esses são intensos de fato!!!
Não sei em que grupo você se enquadra, se é que podemos falar em grupos. Às vezes, precisamos mesmo testar o limite, a tensão suportada, de algumas relações para não correr o risco, quando como se lava roupas e vai estende-las super satisfeito, e o varal não é de confiança, e as roupas terminam no chão. Mas não posso deixar de concluir esse olhar sem parafrasear o Mestre:

 Bem aventurados os intensos, que sabem esticar sem romper, que sabem intensificar sem tensos ficar, sem tensões desnecessárias causar; sem arrependimentos pra sentir nem mágoas pra guardar... Bem aventurados os que vivem a vida sob o sabor da paixão, que sabem manter em suas relações aquele viço primeiro que, indiferente a idade, olham para cada dia como uma possibilidade ímpar de se ser muito feliz... E bem aventurados ainda nós que nos perdemos e não sabemos fazer nada disso, mas que NUNCA deixaremos de tentar...

sexta-feira, 6 de junho de 2014

CAI NA VIDA DE PARAQUEDAS


Cai na vida de paraquedas...
Perdoem-me os céticos, mas Deus me trouxe a essa jornada com a única e exclusiva missão de ser feliz, e como foi e é exigente o exercício de levar a cabo esse mistério.
Na minha mochila de mantimentos, ao soltar-me nessa vida, colocou uma memória de elefante que me permite guardar tudo, do mais sublime ao mais fútil, e contemplar tudo com gratidão, para não apenas ser feliz, mas também saber-me feliz, e não tenho palavras para explicar mais que isso, mas sei que é assim... Colocou em meio peito dois corações, um senil e um pueril, porque assim, tão criança e tão velho, poderia viver todas as vidas, e as vivi e vivo.
Na mochila de mantimentos colocou também uma malinha de primeiros socorros cheinha de lágrimas, para lavar minh’alma quando dói; trezentos mil passos de dancinhas ridículas que danço quando estou sozinho, junto com a falta de bom senso para que possa rir muito de mim mesmo ao saber-me tão ridículo; notas e tons dissonantes para compor a melodia que embala cada dia; e centenas de milhares de sorrisos para conquistar pessoas capazes de olhar nos meus olhos e reconhecer quando preciso de um abraço...
Ah! Na minha mochila veio também um mapa com uma matriz norteadora – UMA PAIXÃO ENLOUQUECIDA POR GENTE. E que droga é essa que me faz tão bem e tão mal?
Adoro gente! Essa é uma das poucas certezas que carrego comigo. Seus sins e seus nãos; seus sonhos e pesadelos; quem de fato são e quem querem parecer ser; o que lhes faz felizes ou tristes... Tudo me interessa!!! Tudo pra mim tem um valor... cada olhar... toda e cada história...
Passei a minha vida encantado, olhando as pessoas... me alegrei muito com suas alegrias; chorei suas dores; aprendi com seus erros e me rejubilei com seus aprendizados... Diante desse fato, um amigo muito sensível perguntou: eram os sonhos dos outros, e os seus? Kkkkkkkk... De fato, eram os sonhos de outros, mas também muito meus que sonhei acordado ama-los e, sutilmente, faze-los desejar o melhor que podiam ser...
Já avencei muito... às vezes tanto que decidi voltar e refazer de outro jeito (Deus sabe)... é como se, para cada vida, existisse um poço com água suficiente para matar a sede de toda ela e eu tenha tido sede demais e bebido toda a minha água e agora precise cavar com as mãos mais profundo, mais profundo, mais profundo... até achar lençóis mais profundos e puros... e como tenho sede!!!
Rasguei o mapa mil vezes, mas ele está tão intrínseco em mim que, por mais que os caminhos mudem, sempre encontro a razão de ser da minha alma – GENTE.
Cheguei a uma encruzilhada, tem poucos dias... e aqui estou, sentado nela, e sentindo uma dor horrível, empenhando todas as minhas energias em conter uma bomba de vida latejando dentro de mim prestes a explodir a qualquer momento, e estou com medo... e admitir-me com medo é tão bom, me faz sentir tão gente quanto a gente que amo, e passo a amar a gente em mim que sou...
Mas não sei se vou conseguir conter tudo isso aqui dentro por muito tempo.
A vida em mim está prestes a recomeçar e peço aos que me conheceram até então não se assustarem ao encontrar um outro totalmente diferente – olhem nos meus olhos e reconhecerão o mesmo que convosco tomou café e tocou um violão desafinado...
E se me encontrar, é bom saber que QUERO TUDO!!! Quero o melhor de mim e de vocês!!! E se me oferecerem coisa qualquer, receberei, mas vou fazer birra e chorar deixando bem livre o menino em mim, porque quero o melhor... Quero TUDO!!! E não vou me conformar com NADA que não seja o TUDO de todos nós...
Se sentir saudades de mim – me liguem... Se quiserem chorar - tenho um ombro e muitas lágrimas para juntar as suas quando não tiver nada pra dizer nem cantar... E se o que quiserem for sorrir – estou cuidando do meu, mas ainda sei sorrir com os olhos... e se é só pra ficar juntos – demos as mãos e fiquemos em silêncio – não há razão de entendermos tudo sempre, apenas contemplar... e se a vontade for de enlouquecer apenas – estou pronto pra fazer dancinhas ridículas pela rua, correr na chuva, dar e receber milhares de beijos nos olhos e na testa e na boca... e não se acanhe de me deixar ver o carinho que nos une sendo você igual ou oposto a mim, a genitália que temos entre as pernas é o que menos importa quando se encontram duas subjetividades...
Aos que me conheceram, não se assustem se me encontrarem outro... É que a vida em mim está prestes a começar... e eu quero TUDO, do BOM ao MELHOR... e vou chorar, reclamar e fazer birra quando não conseguir... E levarei a cabo a minha missão de ser uma das pessoas mais felizes desse mundo... Disso eu não tenho nenhuma dúvida!!!!

https://www.youtube.com/watch?v=W6uTx_iJYKs&index=3&list=RD6fd_-92-IS0




sexta-feira, 23 de maio de 2014

VOCÊ SABE RECEBER PERDÃO?

Em toda a minha vida, sempre ouvi dizer da difícil tarefa de perdoar. Quando criança, não entendia muito... Essa coisa de aborrecimento durava sempre tão pouco que essa tal dificuldade não fazia sentido algum. Acho que mesmo tendo nascido senil, quarentão desde o berço, sempre vivi o paradoxo de manter num mesmo peito, sentados um no colo do outro, em uma profusão de identidades tão grande a ponto de não poder separá-los, o velho que sempre fui e a criança que sempre serei. É com base nisso que tento explicar que, mesmo reclamão e intolerante, muitas foram as vezes que me peguei achando comuns falhas intoleráveis e, assim, descobri de mim mesmo que sou um bom “perdoador”, se assim fica bem entendido.
Mas, por outro lado, o ato de ser perdoado que, no senso comum, sempre se mostrou tão tranquilo e fácil, se desvelou para mim como algo extremamente complexo e de uma extrema responsabilidade. Como? Vou tentar explicar:
Algumas pessoas fazem do ato de serem perdoadas um exercício reflexivo de apreciação da desavença que produziu a tensão e a mal querência que fez ser necessário o perdão. Eita bexiga! Quase não chego ao fim dessa frase... Deixa tentar de novo: Quando são perdoadas, algumas pessoas, sensatas, olham para o problema que gerou a tensão, reflete a ação de cada parte, e faz daquele problema um trampolim para o acerto. Se sentem gratas pela nova chance, porque o perdão é uma nova chance para a manutenção da relação em risco, e seguem ainda mais seguras, mais resolutas, na certeza de que, ao menos não intencionalmente, naquela mesma pedra, não mais tropeçarão.
Ao menos assim é o que se espera... é o que parece mais sensato... é o que produz mais efeitos positivos...
Mas é sempre assim? Claro que não!
Descobri, nesse exercício extremamente prazeroso e doloroso de olhar a vida, que uma quantidade consideravelmente grande de pessoas costuma fazer péssimo uso do perdão que recebem. Como? Deixa eu tentar explicar também.
Algumas pessoas tem de si uma visão tão autocêntrica que, em primeira mão, acham que, obrigatoriamente, precisam ser perdoados. Têm para consigo mesmos uma visão tão misericordiosa que, cometendo erros, quando diante da possibilidade de não serem perdoados, sentem-se ofendidas, injustiçadas, não importando o mal que possam ter feito a outrem. Esse é o principal traço da personalidade dessas pessoas: uma concentração tão absurda em si mesma, no seu estado emocional, que se colocar no lugar do outro para avaliar consequências se faz uma tarefa quase impossível.
Mas os danos desse tipo de mal recebedores de perdão ainda não estão esclarecidos. Tudo bem! Choram, reclama injustiça, até admitem o erro (levando mesmo a fazer achar que refletiram sobre) e, na maioria das vezes, acabam recebendo perdão. No caso anterior, o ideal, falamos do perdão como a chance de fazer refletir e não incidir novamente no mesmo erro, não foi? Com esse tipo em específico não é assim. Não sei que “tiuti” da no juízo que o perdão se faz parâmetro para errar mais.
Já se acham, a todo tempo, merecedores de perdão. Ao ser perdoados, confirmam isso, e acreditam que acharam o caminho, que quem perdoou uma vez, vai perdoar de novo e, para decepção, se não da humanidade inteira mas minha, voltam a repetir o mesmo erro que já foi colocado em cheque antes, só que com um grau maior de má fé – na primeira vez talvez não tivessem noção dos possíveis danos às pessoas ofendidas, mas, nas vezes seguintes, essa ação danosa se faz totalmente consciente.
Pobres de nós que corremos esse risco... e digo de nós, porque, gente como toda a gente, não vou cuspir pra cima e ver cair na careca, sujeito a mesma condição confusa de ser gente, humano, em construção.
Por isso vivo a refletir e, embora isso produza uma profunda dor na alma quase sempre, sofre-se com um considerável gozo, o de saber-se construindo, moldando; não mais alguém fadado a nascer, crescer, trabalhar, trabalhar, trabalhar mais um pouco, reproduzir, trabalhar, trabalhar e morrer; o gozo de saber, não aonde ir, mas como quem pretende ser ao chegar.
Para finalizar, como sempre o desejo profundo, de que o mundo se encha de excelentes perdoadores mas, ainda mais, que se multipliquem as pessoas com zelo por suas relações humanas, as mais diversas, de forma a fazer crescer a capacidade de se colocar no lugar do outro, antecipar o que doe e evitar o corte, minimizando a necessidade de se pedir perdão. Com mais “perdoadores” e menos “pedidores de perdão” teríamos uma equação bem mais ajustada nessa seara de oferta e procura.

Como estímulo, fica essa arte que me encantou essa semana: