terça-feira, 18 de dezembro de 2012

OLHARES XIX - Perdoar é mais difícil que pedir perdão


Chegou mais um natal e mais um ano novo se apresenta. É muito engraçado como os dias continuarão iguaizinhos, mas a ideia de recomeçar mexe com a gente, faz renovar as forças, Drumond fala lindamente sobre isso (procura aí atrás).
Com o natal e o ano novo nos vem duas monções: a primeira – a ideia de fraternidade e perdão que o natal simboliza ao representar a reconciliação de Deus com seu povo através da encarnação do seu filho; a segunda – as reflexões sobre os pontos altos e baixos do ano que tá quase terminando.
Nesses dois movimentos interiores apresentados vem-nos uma reflexão difícil e confusa: é mais fácil pedir perdão ou perdoar?????
Desde criança ouvi dizer que pedir perdão é muito difícil, pela humilhação de ter que se rebaixar e clamar perdão, e eu acreditei...
Mas hoje penso diferente e apresento isso no olhar de hoje: perdoar é mais difícil que pedir perdão.
De fato, admitir errar, para almas tão seguras de si como as nossas, é em si algo humilhante, quanto a isso não tenho nada a dizer. Só que, diferente do que pensava antes, hoje essa ideia me traz um porém: Quem precisa pedir perdão o faz por uma atitude cometida, por uma ação deliberada que, de alguma forma, lhe deu prazer, ao menos o prazer de se fazer o que se acreditava... Algum prazer teve visto que, inclusa na ação de executar algo, está o prazer deliberado de ter desejado executar e faze-lo, e digo assim ampliando a ideia e significando ela numa dimensão bem geral. Não sei se consigo ser claro, mas quem errou não o fez para sofrer, o fez para gozar de algum prazer, mesmo que as consequências sejam a necessidade da humilhação posterior. Mas um gozo houve!!! Seja ele qual tenha sido e em qual intensidade, mas houve!!!
Entenda-se: só há necessidade de se pedir perdão quando nossas ações atingem negativamente e diretamente alguém, não é?????? Agora pergunto: Esse alguém escolheu passar por essa decepção? Esse alguém gozou algum prazer, mesmo que momentâneo, nessa situação?
A resposta é NÃO!!! Para quem erra há um bônus, seja ela qual for, se na dimensão objetiva ou psicológica, mas há; já para quem precisa perdoar há apenas o ônus.
Veja você que, para a pessoa que precisa perdoar, existem a decepção, a tristeza, a angústia, por uma atitude que ela não escolheu, com a qual nada gozou, sobre quem pesa o peso da decisão de a pressão, seja por questões e sentimentos pessoais, seja por pressões sociais, de perdoar.
Agora pergunto de novo:
É mais fácil perdoar ou pedir perdão?????
São ambas atitudes difíceis! E também meritórias; aqui não quero minimizar a beleza e a importância de nenhuma delas. Bom mesmo seria que não errássemos,  que não sofrêssemos ao ter que pedir perdão nem fazendo os outros sofrerem, ou sofrer ao ter que desconsiderar as dores e perdoar.
As atitudes de pedir perdão e perdoar, em si, trazem a simbologia do RECOMEÇAR, do acreditar de novo, do oferecer a outra face como sugeriu o mestre, colocando-a de novo sujeita a um novo golpe, e isso não é nada fácil também.
Ao final desse olhar, o desejo que, junto ao menino Jesus que precisamos fazer renascer sempre em nossos corações, não nos faltem motivações e forças para pedir perdão e perdoar; e que, com o encerrar de ciclo que o ano novo simboliza, findem-se também, com ele, os fantasmas de dor que assombram os perdoadores e os perdoados...
Um Feliz Natal e um 2013 cheinho de muitas alegrias de perdoar e ser perdoados para todos. Amém!!!!!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

OLHARES XVIII - " Faz bem mudar..."


     
    Passei muito tempo acreditando no valor de algumas coisas... Alguns valores são eternos e imutáveis como família e Deus... Mas e os outros? Os outros valores, as coisas que me faziam tão feliz outrora e agora não fazem mais, o que aconteceu delas? Perdendo essa porção de valores e esses “n” números de ideias de felicidade, será que perdi a mim mesmo? Será mesmo que em algum momento já soube de fato quem sou?
     Nesse exato instante da minha vida, prestes a completar 31 anos, olho para trás, tento olhar para frente, e percebo algo, ao menos para mim, animador: como tudo é tão relativo!!!
     Essa relatividade é condição indelével do SER humano, ser gente, existir; prima irmã da mutabilidade, da encantadora mutabilidade que nos permite ser tantos e todos ao longo da vida... São condições, relatividade e mutabilidade, de todo aprendiz, afinal, aprender abre arestas, produz novos pontos de vista, novas bases para o encantamento, também dores da razão (dores também são indeléveis a quem vive, ama e aprende... condição também inerente a cada novo olhar).
     Se relatividade e mutabilidade são condições intrinsicamente entrelaçadas à aprendizagem, acreditando que aprender é o mais continuo e mais prazeroso exercício da vida, estaremos, assim, sempre aprendendo e, em maior ou menor grau, mudando e, em mudando, relativizando alguns dogmas que estabelecemos para nós mesmos.
     A grande meta da vida é ser feliz! Acho que ninguém, em sã consciência, deseja ser triste, deseja? 
     É só olhar bem de perto para nossas motivações mais íntimas, das mais primitivas às mais sublimes e, no centro do desejo, está a felicidade e, com a felicidade, a plenitude... Comemos por questões biológicas, mas não apenas: comemos porque sentimos prazer ao fazer isso e, sentindo prazer, nos sentimos felizes; estudamos, não apenas para ser isso ou aquilo, não apenas pelo status adquirido com o conhecimento, mas porque a aprendizagem, e todas as suas consequências, nos dá prazer e, com isso, felicidade... e assim por diante...
     Não é mais ou menos assim? Iludimos a nossa mente, na maioria das vezes por medo de assumir nossa mutabilidade, inventando motivos para as nossas vidas e ações que justifiquem essa ou aquela questão, mas escondendo de nós mesmo a verdadeira razão de tudo o que fazemos – queremos ser felizes!!!
     Se ser felizes é a nossa grande e verdadeira meta, se vivemos algo que subtrai a nossa felicidade, não temporariamente mas permanentemente, esse algo está em descontexto com a nossa vida não podendo, ou ao menos não devendo, nela permanecer.
     Chegamos ao grande cruzamento do olhar de hoje: FAZ BEM MUDAR...
    Como podemos admitir tantas questões em nossas vidas que nos subtraem a felicidade por medo de mudar, por medo de aprender e, aprendendo, lançar olhar sobre nós mesmos e percebermos que mudar é preciso; medo de sair do comodismo das relações e trajetos que já dominamos para descobrir novos caminhos, novas formas de fazer tudo... E essas mudanças não implicam em sermos outros, apenas relativizar alguns paradigmas e encontrar novas formas de ser nós mesmos.
     Vejo, com muita tristeza, pessoas encarceradas em si, nas imagens que construíram de si mesmas, que até deram prazer noutro tempo, mas que já não se sustentam sem atualização; tristes, vivem movidas por sentir pena de si mesmas e conformarem-se com pequenas vitórias, pequenas porções do que desejam ser e sentir, vivendo em círculos, repetindo as mesmas e enfadonhas cenas de riso sem vontade e acenos sem prazer, criando realidades paralelas onde, ao menos na imaginação, são reais, são felizes, são quem queriam ser, ou melhor, são quem são de fato.
     Ao fim, acho que nos vale afirmar, primeiro para nós mesmos, para afastar o fantasma do medo, que mudar é bom, é muito bom, e nos faz descobrir mais de nós revelando com mais firmeza nossos valores imutáveis quando, testando-nos nos mais diversos contextos, mostramo-nos do que somos capazes de abrir mão e do que não; e afirmar para os outros, a quem, inevitavelmente atamos laços de amor, que muitas vezes convertem-se em prisões se não regados com o prazer da liberdade, que mudando, tornamo-nos pessoas mais interessantes, menos previsíveis, e sempre disposto a ser conquistados novamente, mesmo que seja pela vida inteira pela mesma pessoa.
   Desculpem a tagarelice!!! É que passei tanto tempo aprendendo pra voltar aqui com a mala de experiências cheia que fico na ânsia de despejar tudo de uma vez... kkkkkkkkkkkkk...
      Adoro esse nosso lugar de diálogo... É muito bom estar de volta!!!

sábado, 1 de setembro de 2012

OLHARES XVII - Liberdade: autonomia do ser


Quando falamos em liberdade, pensamos imediatamente nos seus opostos: cárcere, prisão, limitação, censura... De fato, o inverso disso é liberdade, não dá pra dizer do contrário. No entanto, caí numa dúvida cruel que agora passo pra vocês: as pessoas fora dos cárceres estão de fato livres?
Essa pergunta é confusa, eu sei, e sua resposta é ampla demais; recai sobre uma série de prisões outras além das físicas, as prisões subjetivas, e elas são inúmeras, não dá pra quantificar nem catalogar.
Mas, nesses dias, dei por pensar em liberdade numa dinâmica muito singular, e passei a desejar muito partilhá-la com vocês. Mas antes de chegar ao olhar específico de hoje, queria que pensássemos juntos em algumas atitudes bem rotineiras nossas...
Você já foi repreendido por algo de errado que fez e respondeu: “mas todo mundo faz”? Já usou esse parâmetro, né? Quem de nós já não pensou ou se justificou assim? Incluir outros em nossa dinâmica de erros é meio que uma forma de nos perdoarmos um pouco, afinal, encontrando outros culpados para o mesmo erro que o nosso não nos vemos assim tão “monstros”... kkkkkkkkkkkkkkkk... É mais ou menos assim, consciente ou inconscientemente.
Sob essa dinâmica, meio que alguns erros se tornam tão populares e corriqueiros que a ausência deles é que é estranha, do tipo “todo brasileiro é corrupto”; eita, não é assim que dizem! Esse é o fato mas, dito assim, parece pejorativo... desculpem! Diz-se: “usamos do jeitinho brasileiro”, ficou melhor assim? Isso é tão patente que, quando alguém encontra algo de valor e devolve ganha um status tão nobre que aparece até nos telejornais. Mas não devia ser assim sempre? Por que tanta glória por uma atitude que devia ser regra, natural, simples...
Não sei se ficou claro, mas parece que um erro coletivo meio que perde o status de erro e ganha valor de ordinariedade de forma que, mesmo compreendendo como erro, se todos fazem, também posso fazer...
Mas adentremos outro pensamento...
Sempre que a questão recai sobre nossas relações afetivas o caldo entorna... kkkkkkkkk... Baseamos nossas atitudes, nossa entrega, nossa participação, tudo, na resposta do outro, tipo: só ligo se ligar, só digo que amo se disser, me entrego a medida que sentir entrega, se trair eu traio... e assim por diante... Mas aí eu pergunto: onde está o mapa, a regra, o mecanismo ou o parâmetro que mede amor, entrega, verdade, lealdade?
Enfim, não problematizemos isso, não é nosso foco! A questão é que, fazendo a gente pensar nessas duas dimensões que incluem o outro, a nossa inclusão tranquila e afável num grupo de infratores e nosso condicionamento afetivo passaram a brilhar para mim como duas dimensões de “prisões” muito específicas por terem seu inverso num mesmo e especifico olhar de liberdade que se tornou nosso olhar de hoje: LIBERDADE – AUTONOMIA DO SER!
À primeira vista esse título pode parecer egoísta, mas não! Acompanhe comigo: Todos podem ser corruptos e acharem que isso é normal. Tudo bem!!! Mas comigo pode ser diferente. Não é porque todos fazem isso ou aquilo que eu também tenho que fazer. Por exemplo: não é porque todas as amigas da garota não são mais virgens que ela tem que fazer sexo sem achar que chegou a hora! Não é porque homens gostam de futebol que isso se faz uma regra e quem não gosta também tem que curtir! Não é porque as pessoas são egocêntricas e egoístas que todos temos que ser! Vamos ser bons, só por desaforo!!! Kkkkkkkkk... Essa AUTONOMIA DO SER é exigente, requer personalidade, segurança, firmeza de postura, e revela um traço de liberdade muito significativo: a liberdade dos estereótipos, da estupides massificante, da idiotice coletiva, das opiniões desnecessárias...
E no amor? Caramba! No amor é que essa AUTONOMIA DO SER é louvável. Gente, essa prisão às respostas do outro é, pra ser bonzinho no uso das palavras, ingênua. Se a gente gosta, gosta e pronto! Se o outro gosta também: maravilha! Estabelecemos relação. Se não gosta: paciência! Isso não muda meu sentimento nem minha postura.
Não liga? Se estou com vontade de ligar, vou ligar sim!!! Quero ouvir a voz, saber notícias... A vontade é minha, sou livre para exercê-la. Vou parecer ridículo? E daí?! Parecer não é ser. Ridículo é quem se consome com vontade de ligar e não o faz.
Essa autonomia, essa singularidade da vontade e sua segurança em se garantir nesse desejo, nessa vontade, nessa postura de ser o que se é se faz tão significativa e um traço tão sublime de liberdade que, quanto mais tento explanar, quando olho para os exemplos que usei e como usei, sinto não ter tocado nem a superfície da essência desse olhar de liberdade, mas mesmo assim vou deixa-los aqui registrados para que vocês possam fazer suas próprias inferências e aprofundar essa superficialidade...
Certa vez, quando era ainda mais jovem, ouvi uma sentença que limitava minha atuação em algo que eu desejava muito: você é livre demais. Eu era jovem demais para entender essa sentença. Mas hoje sei que, talvez, eu tenha sido eu demais, eu tenha tentado me sentir e me achar em cada coisa que fiz, não porque todos deviam fazer, mas porque aquela era a minha história e precisava ter a marca da minha busca, dos meus questionamentos... Enfim...
Ser livre é mesmo um desejo intrínseco à nossa alma e um exercício para toda a vida. Que saibamos exercitar essa AUTONOMIA DO SER para o bem, para a personalização das nossas ações, das nossas motivações, deixando em tudo o que tocamos o perfume que trazemos nas mãos, não o perfume do momento que passa na propaganda da tv e posso dividir em 4x no cartão, mas nosso perfume pessoal, aquele que cada pele exala sem possibilidade de haver outro igual.
Sejamos bons, mesmo que seja só pra contrariar; amantes no mais profundo sentido que essa palavra pode ter e, assim sendo, sejamos livres (ao menos no sentido desse olhar, porque nunca somos livros em tudo...).
Hoje o brinde é diferente: um brinde à autonomia do ser!!!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

OLHARES XVI - Felicidade se constrói com paixão e punhos



Caramba!!! Hoje me aborreci um bocado comigo mesmo...
Que felicidade macabra é essa que esperamos? Não! Que coisinha mais chata se ela chegasse...

Perdemos um tempão danado esperando ganhar na mega sena sem ao menos fazer uma aposta; quem de nós já não se pegou imaginando o que faria com o dinheiro do prêmio? Mas sem jogar?

E no amor, esse sim nos embanana!!! 
As meninas esperam um príncipe encantando num cavalo branco... (Até hoje me pergunto o que elas têm contra os cavalos pardos e os pretos, kkkkkkk). 
E os caras esperando uma menina compreensiva, que não faça muitas perguntas, que esteja sempre arrumadinha, sem nunca engordar, quem não arrotem nem soltem pum,  bem vestida a espera deles sempre.

Esperamos um emprego maravilhoso onde trabalhemos pouco e ganhemos muito. Mais fácil sair correndo atrás de um arco-íris a procura de um pote de ouro com o trabalho apenas de contar as moedas (apesar de que esse seria um trabalhão! Então esquece! Não existe esse trabalho dos sonhos).

Que droga! Quanto tempo perdemos com essas ilusões imbecis!
É o segredo da frustração: desejar o irreal, o frágil, o inalcançável...

Se estou dizendo pra viver sem sonhos, sem ilusões? Jamais!!! Não coloque palavras na minha boca! A vida sem sonhos e ilusões seria mesmo uma droga pior ainda que viver a persegui-las. A questão é que esperamos a felicidade (1) desejando algo irreal, (2) esperando que esse irreal nos chegue como num passe de mágicas (o que teria muita lógica – ilusões nos chegando através de mágica).

Repito: não estou pregando contra o desejo da felicidade, do ideal; precisamos mesmo desejar coisas ideais para podermos nos aproximar o máximo possível delas e enriquecermos o mundo de sublimidade... Mas estou pregando sim contra essa ideia patética de uma felicidade mágica e não construída.

Nesse ponto o nosso olhar de hoje: “Felicidade se constrói com paixão e punhos”.

Já disse que não sou contra o desejo, o sonho, mas sou contra as esperas mágicas e as ilusões insustentáveis. Felicidade se constrói no alcance dos pequenos (ou dos grandes) desejos. Não espere a mágica, ao contrário, seja sua fada madrinha, faça a felicidade acontecer.

Você menina, não espere um príncipe encantado num cavalo branco; mais fácil é reconhecer o cara maravilhoso (apesar da falibilidade) que seu namorado (ou marido) pode ser; e se estiver sozinha, imaginar que alguém bacana existe em algum lugar a espreita de cruzar seu caminho. Se ainda assim você desejar muito o príncipe no cavalo branco, produza uma festa a fantasia, alugue uma fantasia de príncipe e um cavalo e peça pra seu namorado chegar na festa nele.

E você, amigo, em busca da eterna bonequinha da juventude, (1) se quer que sua mulher ou namorada não envelheça ou engorde, também não envelheça nem engorde você, ela também quer alguém apresentável e desejável ao lado, (2) já pensou em quebrar a rotina se apaixonando pela(s) mulher(es) que sua companheira vai se tornando? Não! Devia! Assim espantaria a rotina se enamorando das várias mulheres em uma que a maturidade vai construindo na mesma que ao seu lado dorme. Mas se sua felicidade mesmo estiver baseada numa mulher sempre disposta ao sexo, que não engorde, que fale pouco ou nada fale, sempre arrumadinha e a sua espera, que não arrote nem solte pum, compre uma boneca inflável. Mas cuidado para não se frustrar na sua busca dessa perfeição artificial não inflando a boneca demais (ela pode parecer gorda), e cuidando no manuseio dela (ela pode furar e emitir gases semelhantes ao que você desejava evitar).

E o emprego ideal? Kkkkkkkkkk... Quer trabalhar nele? Amanhã cedo você vai bater ponto nele. Como? Fazendo do seu emprego o melhor que ele pode ser: convivendo bem com seu companheiros de trabalho, subordinados e superiores; reconhecendo a importância do seu oficio para alguém; reconhecendo a importância do que você ganha para a manutenção da sua vida e de quem você ama; se esforçando por manter a calma na pressão e sendo estímulo para sua equipe. Tenho certeza que, agindo assim, além de estar bem no lugar onde você passa grande parte da sua vida, terá bem mais chances de ganhar uma promoção ou aquele aumento que você tanto desejou para fazer aquela viagem dos sonhos. E se o lugar onde você trabalha não tem jeito mesmo, o que você tá fazendo nele? Peça demissão ontem!!! E vá em busca de outro. Por que ficar roendo o osso se em algum lugar tem filé à sua espera?

Isso não serve só para as questões amplas que supra citamos, mas para uma serie de outras questões que se põem à nossa felicidade. É preciso mesmo viver com paixão; sem paixão as conquistas, das pequenas as maiores, perdem o valor. Mas só paixão não é suficiente. É preciso disciplina, empenho, ação associada à vontade.

E mais: pararmos de entender e desejar a felicidade como algo para amanhã, para o ano que vem... e enxergar pequenas nuances de felicidade que nos sorriem todos os dias e que perdem seu valor diante de desejos e ambições muito grandes.

Pensando bem direitinho, costumava dizer na minha adolescência que temos, das 1001 razões diárias que a vida nos dá, 1000 razões para sermos felizes e 1 para sermos tristes, mas nos apegamos a essa uma de tristeza com uma força tão grande, caímos sentindo pena de nós mesmos, nos fazendo de vítimas da vida e das circunstâncias, e esquecendo as outras mil para segundo plano. Penso uma serie de coisas diferente da adolescência, mas essa ainda continuo pensando do mesmo jeito.

Enfim, priorizemos a felicidade!

Quando noticiaram que felicidade seria uma disciplina ensinada na escola imaginei: que despropósito! Deviam mesmo era ensinar bem o que a escola já se propõe sem êxito.

Hoje, refletindo esse olhar, sou levado a considerar que felicidade se aprende, ou melhor, nos educamos para ser felizes, para nos reconhecermos felizes, para considerarmos as mil razões diárias de ser gratos a Deus e à vida.

Mais uma vez: um brinde à felicidade!!!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

OLHARES XV - Saber esperar...



Pensa comigo: tem coisa mais chata que esperar?

Não... quer conhecer um cidadão fumando no rabo de uma onça por esperar sem comunicação? Prazer!!!
Contudo, não é qualquer esperar que me aborrece. Tem aquela espera prazerosa, quando você se prepara para o que há de vir ou para quem vem sabendo a hora da chegada. Saber a hora da chegada é condição imprescindível para se esperar com dignidade e satisfação, né não?! Ainda mais hoje em dia, que tempo é ouro! Esperar em vão é perder parte da vida...

Conhece alguém que pense assim? De alguma forma, a gente pensa mais ou menos assim nalgum momento. A contemporaneidade é mesmo pura aceleração. Esperar, nesse contexto, soa mesmo como perda de tempo.

A espera inclui “preparação para”. Nessa dinâmica, saber, conhecer a hora da chegada, faz essa preparação mais gostosa e eficaz.

Mas como agir sem saber para quando e o que se preparar?
Essa é a grande e profunda lacuna sobre a qual lançamos olhar hoje.

Outro dia tive um “insight”, desses que brotam na mente sem nenhuma razão compreensível, e dei por pensar na palavra ESPERANÇA. Essa palavra é mesmo cheia de significação, não é? Basta lê-la para... sei lá... sentir algo “flop” dentro; acomodar emoções e ideias que pareciam até então em desacordo...

Sendo assim ESPERANÇA uma palavra tão significativa, dei por pensar em sua etimologia, e, mesmo antes de pesquisar, pensei que, para meu espanto e desespero, esperança tem mesma raiz latina de esperar. Mas que diabos esperança tem haver com esperar?

A resposta para essa indagação, mesmo não tão óbvia, torna-se óbvia quando REOLHAMOS. Mas antes de respondermos, vale-nos outro questionamento complicado: O que é esperança? Confesso que tive dificuldades de responder. Esperança é uma palavra tão subjetiva que acabamos por apreende-la pelo que sentimos a partir dela, e não tanto pelo que de fato ela significa. Um sentimento? Uma forma de automotivação? Um olhar positivo sobre o futuro? Não sei explicar ESPERANÇA... Você sabe?

Mas retomemos nosso olhar: estávamos tentando estabelecer uma relação entre esperança e esperar, lembra? Pois é, se tem alguma coisa haver? Tudo!!!

Esperança é a atitude de saber esperar. E o pior: saber esperar e se preparar para algo que não sabemos quando ou como vem, mas acreditando que um dia vem.

Agora consigo unir os contextos: esperança é mesmo o gozo da antecipação do prazer da chegada de algo que ainda não chegou, mas que, mesmo não dominando o tempo da chegada, acreditamos nela. É uma espécie de olhar para e sobre o futuro na experiência do gozo antecipado causado pela preparação para a chegada desse incerto que torna-se certo por já acreditarmos nele e o desejarmos.

Sendo assim, o inverso de esperança é uma palavra, semelhante a ela, carregada de significação, mas pesada, triste – DESESPERO.

Desespero é não ter mais nada a esperar; viver como se nada mais de interessante estivesse por vir, como se a vida fosse só objetividade, fosse só o que agora temos.

Mas não se fala tanto em viver o momento, em carpi diem? Sim, claro! Mas não na dinâmica de nada esperar, mas de viver com intensidade, saboreando o momento presente como único e sabendo ser essa experiência, a de viver a NOSSA vida, intransferível. Compreende?

Como relatei no inicio dessa reflexão, não me considerava um bom “esperante”, mas sempre me acreditei esperançoso – COMPREENSÕES EXCLUDENTES SOBRE MIM MESMO.

Ao fim, vale-nos desejar aprender a esperar, a olhar para o futuro, mesmo sem ter nenhum domínio sobre ele, mas desejando sempre o melhor, não no comodismo de apenas esperar, mas de construir um futuro tal qual o acreditamos e desejamos. Esperança é mesmo uma palavra motivadora como a pensava, não apenas no seu sentido lúdico, mas na didática subjetiva que encerra ao nos estimular a desejar e acreditar algo para o futuro construindo-o.
Oxalá saibamos saber esperar...

Muito bom voltar a esse lugar de comunicação e reflexão. Depois conto por onde antei quando aqui não os vim encontrar.

Para não perder o velho costume: BEIJO NA BUNDA!!! KKKKKKKK...