terça-feira, 18 de dezembro de 2012

OLHARES XIX - Perdoar é mais difícil que pedir perdão


Chegou mais um natal e mais um ano novo se apresenta. É muito engraçado como os dias continuarão iguaizinhos, mas a ideia de recomeçar mexe com a gente, faz renovar as forças, Drumond fala lindamente sobre isso (procura aí atrás).
Com o natal e o ano novo nos vem duas monções: a primeira – a ideia de fraternidade e perdão que o natal simboliza ao representar a reconciliação de Deus com seu povo através da encarnação do seu filho; a segunda – as reflexões sobre os pontos altos e baixos do ano que tá quase terminando.
Nesses dois movimentos interiores apresentados vem-nos uma reflexão difícil e confusa: é mais fácil pedir perdão ou perdoar?????
Desde criança ouvi dizer que pedir perdão é muito difícil, pela humilhação de ter que se rebaixar e clamar perdão, e eu acreditei...
Mas hoje penso diferente e apresento isso no olhar de hoje: perdoar é mais difícil que pedir perdão.
De fato, admitir errar, para almas tão seguras de si como as nossas, é em si algo humilhante, quanto a isso não tenho nada a dizer. Só que, diferente do que pensava antes, hoje essa ideia me traz um porém: Quem precisa pedir perdão o faz por uma atitude cometida, por uma ação deliberada que, de alguma forma, lhe deu prazer, ao menos o prazer de se fazer o que se acreditava... Algum prazer teve visto que, inclusa na ação de executar algo, está o prazer deliberado de ter desejado executar e faze-lo, e digo assim ampliando a ideia e significando ela numa dimensão bem geral. Não sei se consigo ser claro, mas quem errou não o fez para sofrer, o fez para gozar de algum prazer, mesmo que as consequências sejam a necessidade da humilhação posterior. Mas um gozo houve!!! Seja ele qual tenha sido e em qual intensidade, mas houve!!!
Entenda-se: só há necessidade de se pedir perdão quando nossas ações atingem negativamente e diretamente alguém, não é?????? Agora pergunto: Esse alguém escolheu passar por essa decepção? Esse alguém gozou algum prazer, mesmo que momentâneo, nessa situação?
A resposta é NÃO!!! Para quem erra há um bônus, seja ela qual for, se na dimensão objetiva ou psicológica, mas há; já para quem precisa perdoar há apenas o ônus.
Veja você que, para a pessoa que precisa perdoar, existem a decepção, a tristeza, a angústia, por uma atitude que ela não escolheu, com a qual nada gozou, sobre quem pesa o peso da decisão de a pressão, seja por questões e sentimentos pessoais, seja por pressões sociais, de perdoar.
Agora pergunto de novo:
É mais fácil perdoar ou pedir perdão?????
São ambas atitudes difíceis! E também meritórias; aqui não quero minimizar a beleza e a importância de nenhuma delas. Bom mesmo seria que não errássemos,  que não sofrêssemos ao ter que pedir perdão nem fazendo os outros sofrerem, ou sofrer ao ter que desconsiderar as dores e perdoar.
As atitudes de pedir perdão e perdoar, em si, trazem a simbologia do RECOMEÇAR, do acreditar de novo, do oferecer a outra face como sugeriu o mestre, colocando-a de novo sujeita a um novo golpe, e isso não é nada fácil também.
Ao final desse olhar, o desejo que, junto ao menino Jesus que precisamos fazer renascer sempre em nossos corações, não nos faltem motivações e forças para pedir perdão e perdoar; e que, com o encerrar de ciclo que o ano novo simboliza, findem-se também, com ele, os fantasmas de dor que assombram os perdoadores e os perdoados...
Um Feliz Natal e um 2013 cheinho de muitas alegrias de perdoar e ser perdoados para todos. Amém!!!!!

Nenhum comentário: