Pensa comigo: tem coisa mais chata que esperar?
Não... quer conhecer um cidadão fumando no rabo de uma onça
por esperar sem comunicação? Prazer!!!
Contudo, não é qualquer esperar que me aborrece. Tem aquela
espera prazerosa, quando você se prepara para o que há de vir ou para quem vem
sabendo a hora da chegada. Saber a hora da chegada é condição imprescindível
para se esperar com dignidade e satisfação, né não?! Ainda mais hoje em dia, que
tempo é ouro! Esperar em vão é perder parte da vida...
Conhece alguém que pense assim? De alguma forma, a gente
pensa mais ou menos assim nalgum momento. A contemporaneidade é mesmo pura aceleração.
Esperar, nesse contexto, soa mesmo como perda de tempo.
A espera inclui “preparação para”. Nessa dinâmica, saber,
conhecer a hora da chegada, faz essa preparação mais gostosa e eficaz.
Mas como agir sem saber para quando e o que se preparar?
Essa é a grande e profunda lacuna sobre a qual lançamos
olhar hoje.
Outro dia tive um “insight”, desses que brotam na mente sem
nenhuma razão compreensível, e dei por pensar na palavra ESPERANÇA. Essa
palavra é mesmo cheia de significação, não é? Basta lê-la para... sei
lá... sentir algo “flop” dentro; acomodar emoções e ideias que pareciam até
então em desacordo...
Sendo assim ESPERANÇA uma palavra tão significativa, dei por
pensar em sua etimologia, e, mesmo antes de pesquisar, pensei que, para meu
espanto e desespero, esperança tem mesma raiz latina de esperar. Mas que diabos
esperança tem haver com esperar?
A resposta para essa indagação, mesmo não tão óbvia,
torna-se óbvia quando REOLHAMOS. Mas antes de respondermos, vale-nos outro
questionamento complicado: O que é esperança? Confesso que tive dificuldades de
responder. Esperança é uma palavra tão subjetiva que acabamos por apreende-la
pelo que sentimos a partir dela, e não tanto pelo que de fato ela significa. Um
sentimento? Uma forma de automotivação? Um olhar positivo sobre o futuro? Não
sei explicar ESPERANÇA... Você sabe?
Mas retomemos nosso olhar: estávamos tentando estabelecer
uma relação entre esperança e esperar, lembra? Pois é, se tem alguma coisa
haver? Tudo!!!
Esperança é a atitude de saber esperar. E o pior: saber
esperar e se preparar para algo que não sabemos quando ou como vem, mas
acreditando que um dia vem.
Agora consigo unir os contextos: esperança é mesmo o gozo da
antecipação do prazer da chegada de algo que ainda não chegou, mas que, mesmo
não dominando o tempo da chegada, acreditamos nela. É uma espécie de olhar para e sobre o futuro na experiência do gozo antecipado causado pela preparação para
a chegada desse incerto que torna-se certo por já acreditarmos nele e o desejarmos.
Sendo assim, o inverso de esperança é uma palavra,
semelhante a ela, carregada de significação, mas pesada, triste – DESESPERO.
Desespero é não ter mais nada a esperar; viver como se nada
mais de interessante estivesse por vir, como se a vida fosse só objetividade, fosse só o que agora
temos.
Mas não se fala tanto em viver o momento, em carpi diem?
Sim, claro! Mas não na dinâmica de nada esperar, mas de viver com intensidade,
saboreando o momento presente como único e sabendo ser essa experiência, a de
viver a NOSSA vida, intransferível. Compreende?
Como relatei no inicio dessa reflexão, não me considerava um
bom “esperante”, mas sempre me acreditei esperançoso – COMPREENSÕES EXCLUDENTES
SOBRE MIM MESMO.
Ao fim, vale-nos desejar aprender a esperar, a olhar para o
futuro, mesmo sem ter nenhum domínio sobre ele, mas desejando sempre o melhor,
não no comodismo de apenas esperar, mas de construir um futuro tal qual o
acreditamos e desejamos. Esperança é mesmo uma palavra motivadora como a
pensava, não apenas no seu sentido lúdico, mas na didática subjetiva que
encerra ao nos estimular a desejar e acreditar algo para o futuro
construindo-o.
Oxalá saibamos saber esperar...
Muito bom voltar a esse lugar de comunicação e reflexão.
Depois conto por onde antei quando aqui não os vim encontrar.
Para não perder o velho costume: BEIJO NA BUNDA!!!
KKKKKKKK...
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