quarta-feira, 22 de abril de 2009

Morte da subjetividade = Morte da fé

Estou perplexo!!!
Pra não dizer preocupado e aborrecido!!!
Todos os dias me sinto convidado a chorar o falecimento da subjetividade humana... da capacidade sublime e divina de transcender...

Sem a subjetividade temos nos tornado cada vez mais “animalizados”... concentramos todas as nossas forças no suprimento de necessidades básicas de comida, auto-afirmação vazia e prazer...
Imaginar onde isso pode nos levar me assusta!!!

A realidade concreta, embora de seu encanto, é muito resumida e “minimizante”...

Esse excesso de realidade concreta minimiza as realidades subjetivas e reduz á mediocridade a existência humana, por excelência, sublime. E como se já não nos bastasse o empobrecimento das almas, ainda temos que vê-las morrer, ainda tão vivas:
Sem subjetividade não há fé!!!

Como explicar a fé por meios concretos? Como amar e acreditar no que não se vê num meio onde só o que se vê é real? Como acreditar numa vida além e eterna se não conseguimos transcender sequer o que nos toca os sentidos na nossa loucura por “pão e circo”? Convertemo-nos numa legião de Tomés precisando ver para acreditar...

Felizes aqueles que crêem sem ter visto! (São João 20,29)

Palavras soltas? Precisam de fatos concretos também? Então vamos lá!!!

Outro dia, numa conversa informal, um jovem de 27 anos, com passagem por atividades pastorais em tempos anteriores, educado sob ideais cristãos, disse:

Essa história de virgindade de Maria, de anjinho subindo, descendo e dando recado... tenho minha versão pra isso: como nos dias de hoje, Maria ficou grávida de um namoradinho e, para não ser apedrejada, como todo mundo já esperava o messias, disse que viu um anjo... imagina quantas meninas usaram a mesma técnica? Aí José, mais velho, apaixonado, resolveu perdoar e assumir o menino e, para não ficar mal visto, inventou aquela história de recado de um anjo também!!!

Assustados? Não fiquem!!! Não mesmo!!! Escutaremos relatos muitos como esse!!! Por quê?
Simples: Morte da subjetividade!!! E conseqüente morte da fé!!!

Escravos da realidade objetiva, pauta-se tudo pelo viés da cotidianidade... nela meninas ficam grávidas porque saem com seus “namoradinhos”, pessoas mentem para camuflar seus reais interesses... nada de anjos... nada de Deus... nada de nada... ausência de Deus = INFERNO!!!

Escravos da “realidade”, do concreto, do palpável, julgamos tudo pelo viés do cotidiano, e não só, pelo viés da ótica da própria experiência... parece que temos que nos defender a todo tempo, vemos em tudo ameaças, e, quando não, vivemos a procurar culpados para os nossos próprios defeitos na intenção burra de não sermos “ruins” sozinhos, apontado defeitos em tudo e nos outros para tirar os olhares dos nossos próprios... Quanta energia empregada em vão!!! Quanta burrice a nossa!!!

Se ainda tem jeito? Claro que tem!!!
Todo mundo fala em reverter os efeitos do aquecimento global, mas perigo maior é a perda da subjetividade!!! Hedonistas, egoístas, quem vai pensar no outro e na natureza? E se a recuperamos, que humanidade vai dela usufruir? Nisso temos que também pensar!!!

O resgate da nossa subjetividade perdida é um apelo urgente, URGENTÍSSIMO!!!
Só reeducando nosso coração e nosso olhar para a beleza, para o sublime, para o eterno, transcenderemos esse limite minimizante do real, do animal, e voltaremos a amar de fato e, consequentemente, a ver Deus, não como uma loja de souvenir onde vamos buscar milagres, mas como o Deus altíssimo, soberano e misericordioso, tal qual Ele é!
Amém

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