sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Estou voltando pra casa...

Estou voltando...
Nem devagar demais e nem correndo... Voltar para casa é sempre uma experiência tranquila...
Passei muito tempo fora, o que foi muito bom! Conheci outras casas, outras formas de arrumá-las... Volto cheio de idéias de como melhorar a minha...
Das casas por onde passei, a alguns habitantes quis amar, outros quis trazer comigo, de outros me despedi para só voltarmos a cruzar nossos umbrais daqui a muito tempo adiante... e me encantei em cada casa, em cada uma delas com meu lugar preferido e onde me sinto em paz... Achei, em alguns momentos, que voltaria acompanhado, mas não! Volto só como só parti... Volto só como se possível fosse só voltar, a sós voltar, se tanto trago do que vi e aprendi, se tantos trado dos que aprendi e com quem vivi...
Esse giro é essencial: faz arejar o coração e as idéias, me bota em contato com o mundo real além do meu tão particular que comporta a choupana onde habito...
Mas como é bom voltar!!! Esperavam - me meu silêncio e minha música, minha dança e os momentos de inércia ao sol pela manhã, meus livros ainda por ler e os momentos em que paro e leio a mim mesmo...
Como é bom estar de volta!!!
É como voltar de viagem: muita coisa pra arrumar do que se traz e do que ficou; muito trabalho pra botar a casa novamente em ordem, mas o resultado sempre agrada muito... Trago coisas novas e tenho coisas antigas para fora jogar, outras para reciclar (re-significar), de forma que, em cada volta, a casa é sempre nova, mesmo sendo a mesma...
De todo o gozo apenas uma tristeza: aquele a quem muito amo veio me visitar, mas não estava dentro pra recebê-Lo; tinha o coração emprestado a outros amores e saber não estar dentro quando Ele veio me apavora e só não me mata a saudade porque sei que sempre volta no outono para me fazer feliz e dar sentido a essa morada.
Estou de volta e só agora, depois de tanto andar, me dou conta de como adoro tudo isso aqui dentro; de como todo esse incompreendido aqui dentro faz sentido pra mim...
Que as manhãs tragam perfume de novo dia, umidade de orvalho, e me ensinem um canto novo de louvor e gratidão...

Que venham todos os fins de tarde! Os esperarei com café fresquinho... Abraçarei cada pôr-do-sol como único, porque é único de fato pelo ângulo de onde olho das minhas janelas...

E as noites? Ah! Que venham as noites que me tomam e me levam mais longe do que jamais imaginei ir... Que venham as noites a enriquecer meus sonhos do que ainda não vi... a levar-me tão longe quanto possam me levar a envergadura das asas do meu coração...
Estou de volta a casa!!!
Por muito tempo, a partir de então, me dedicarei a essa empresa: cuidar desse lugar dentro; e só voltarei a sair quanto tudo aqui estiver preparado para visitas – dAquele que sempre vem e daqueles que, por ventura, quiserem co-habitar ou descansar nesse lugar dentro onde moro...

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