terça-feira, 14 de agosto de 2012

OLHARES XVI - Felicidade se constrói com paixão e punhos



Caramba!!! Hoje me aborreci um bocado comigo mesmo...
Que felicidade macabra é essa que esperamos? Não! Que coisinha mais chata se ela chegasse...

Perdemos um tempão danado esperando ganhar na mega sena sem ao menos fazer uma aposta; quem de nós já não se pegou imaginando o que faria com o dinheiro do prêmio? Mas sem jogar?

E no amor, esse sim nos embanana!!! 
As meninas esperam um príncipe encantando num cavalo branco... (Até hoje me pergunto o que elas têm contra os cavalos pardos e os pretos, kkkkkkk). 
E os caras esperando uma menina compreensiva, que não faça muitas perguntas, que esteja sempre arrumadinha, sem nunca engordar, quem não arrotem nem soltem pum,  bem vestida a espera deles sempre.

Esperamos um emprego maravilhoso onde trabalhemos pouco e ganhemos muito. Mais fácil sair correndo atrás de um arco-íris a procura de um pote de ouro com o trabalho apenas de contar as moedas (apesar de que esse seria um trabalhão! Então esquece! Não existe esse trabalho dos sonhos).

Que droga! Quanto tempo perdemos com essas ilusões imbecis!
É o segredo da frustração: desejar o irreal, o frágil, o inalcançável...

Se estou dizendo pra viver sem sonhos, sem ilusões? Jamais!!! Não coloque palavras na minha boca! A vida sem sonhos e ilusões seria mesmo uma droga pior ainda que viver a persegui-las. A questão é que esperamos a felicidade (1) desejando algo irreal, (2) esperando que esse irreal nos chegue como num passe de mágicas (o que teria muita lógica – ilusões nos chegando através de mágica).

Repito: não estou pregando contra o desejo da felicidade, do ideal; precisamos mesmo desejar coisas ideais para podermos nos aproximar o máximo possível delas e enriquecermos o mundo de sublimidade... Mas estou pregando sim contra essa ideia patética de uma felicidade mágica e não construída.

Nesse ponto o nosso olhar de hoje: “Felicidade se constrói com paixão e punhos”.

Já disse que não sou contra o desejo, o sonho, mas sou contra as esperas mágicas e as ilusões insustentáveis. Felicidade se constrói no alcance dos pequenos (ou dos grandes) desejos. Não espere a mágica, ao contrário, seja sua fada madrinha, faça a felicidade acontecer.

Você menina, não espere um príncipe encantado num cavalo branco; mais fácil é reconhecer o cara maravilhoso (apesar da falibilidade) que seu namorado (ou marido) pode ser; e se estiver sozinha, imaginar que alguém bacana existe em algum lugar a espreita de cruzar seu caminho. Se ainda assim você desejar muito o príncipe no cavalo branco, produza uma festa a fantasia, alugue uma fantasia de príncipe e um cavalo e peça pra seu namorado chegar na festa nele.

E você, amigo, em busca da eterna bonequinha da juventude, (1) se quer que sua mulher ou namorada não envelheça ou engorde, também não envelheça nem engorde você, ela também quer alguém apresentável e desejável ao lado, (2) já pensou em quebrar a rotina se apaixonando pela(s) mulher(es) que sua companheira vai se tornando? Não! Devia! Assim espantaria a rotina se enamorando das várias mulheres em uma que a maturidade vai construindo na mesma que ao seu lado dorme. Mas se sua felicidade mesmo estiver baseada numa mulher sempre disposta ao sexo, que não engorde, que fale pouco ou nada fale, sempre arrumadinha e a sua espera, que não arrote nem solte pum, compre uma boneca inflável. Mas cuidado para não se frustrar na sua busca dessa perfeição artificial não inflando a boneca demais (ela pode parecer gorda), e cuidando no manuseio dela (ela pode furar e emitir gases semelhantes ao que você desejava evitar).

E o emprego ideal? Kkkkkkkkkk... Quer trabalhar nele? Amanhã cedo você vai bater ponto nele. Como? Fazendo do seu emprego o melhor que ele pode ser: convivendo bem com seu companheiros de trabalho, subordinados e superiores; reconhecendo a importância do seu oficio para alguém; reconhecendo a importância do que você ganha para a manutenção da sua vida e de quem você ama; se esforçando por manter a calma na pressão e sendo estímulo para sua equipe. Tenho certeza que, agindo assim, além de estar bem no lugar onde você passa grande parte da sua vida, terá bem mais chances de ganhar uma promoção ou aquele aumento que você tanto desejou para fazer aquela viagem dos sonhos. E se o lugar onde você trabalha não tem jeito mesmo, o que você tá fazendo nele? Peça demissão ontem!!! E vá em busca de outro. Por que ficar roendo o osso se em algum lugar tem filé à sua espera?

Isso não serve só para as questões amplas que supra citamos, mas para uma serie de outras questões que se põem à nossa felicidade. É preciso mesmo viver com paixão; sem paixão as conquistas, das pequenas as maiores, perdem o valor. Mas só paixão não é suficiente. É preciso disciplina, empenho, ação associada à vontade.

E mais: pararmos de entender e desejar a felicidade como algo para amanhã, para o ano que vem... e enxergar pequenas nuances de felicidade que nos sorriem todos os dias e que perdem seu valor diante de desejos e ambições muito grandes.

Pensando bem direitinho, costumava dizer na minha adolescência que temos, das 1001 razões diárias que a vida nos dá, 1000 razões para sermos felizes e 1 para sermos tristes, mas nos apegamos a essa uma de tristeza com uma força tão grande, caímos sentindo pena de nós mesmos, nos fazendo de vítimas da vida e das circunstâncias, e esquecendo as outras mil para segundo plano. Penso uma serie de coisas diferente da adolescência, mas essa ainda continuo pensando do mesmo jeito.

Enfim, priorizemos a felicidade!

Quando noticiaram que felicidade seria uma disciplina ensinada na escola imaginei: que despropósito! Deviam mesmo era ensinar bem o que a escola já se propõe sem êxito.

Hoje, refletindo esse olhar, sou levado a considerar que felicidade se aprende, ou melhor, nos educamos para ser felizes, para nos reconhecermos felizes, para considerarmos as mil razões diárias de ser gratos a Deus e à vida.

Mais uma vez: um brinde à felicidade!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

BELISSIMO TEXTO RENNAN PARABÉNS MEU QUERIDO!