terça-feira, 22 de junho de 2010

AH! DÁ LICENÇA!!!


Um amigo disse ter se sentido deslocado na minha casa e minha presença creio que por eu não tê-lo recebido com festa, flores, um beijo na boca e óleo perfumado para sua cabeça... kkkkkkkk... Engraçado: eu o conheço tem já algum tempo, e não falo com ele tem algum tempo também; mas esse amigo parece desconhecer que uso telefone e e-mail, mesmo quando já fui ao seu encontro por esses meios...
Tudo isso é muito engraçado!!! Kkkkkkkk...

Passei alguns dias pensando no que dizer, diante do que conheço de um outro amigo, que fosse de proveito para sua vida num momento específico... kkkkkkkk... Depois disso escutei que só me envolvo num projeto que partilhamos por não ter melhor coisa para fazer e que nunca sabe quando estou brincando ou falando sério... Depois de mais de 5 anos? Dá licença!!! Kkkkkkkkk...

Ah! Tem também um outro que, se me encontra no MSN, quer atenção exclusiva sem levar em conta outras atribuições que me exigem do lado de cá da rede... kkkkkkkkkkkkkkk... Acho que ele esqueceu que ainda existe TIM Infinity... kkkkkk...

Essa vocês vão adorar: tem um amigo que adora repetir atitudes que não gosto e sobre as quais já expressei aborrecimento; acho que com esse falo grego, porque diz nunca ter me ouvido comentar isso ou aquilo e quer resolver tudo com um “me desculpe”. Desculpar a gente até desculpa, mas ficar com a cara lisa? Dá licença!!! Se fura alguém com um canivete, pode até se arrepender e colocar remédio e ataduras, mas vai ter de esperar sarar...

Eita! Teve uma outra vez também que alguns dos amigos com quem mais me comunico tinham um evento em comum junto a outros amigos que partilhamos – NÃO FUI CONVIDADO!!! – e ainda me criticaram pelas costas por eu não ter comparecido... kkkkkkkkkkk... Isso é que é uma falta de absurdo!!!

Amiguinhos!!! AlôÔ!!!
Assim a empresa aqui vai a falência!!! Se só faz investimento, investimento, investimento, sem retorno, a bodega fecha!!!

É como um Banco: tem um capital e, por mais que seja numeroso, não é infinito.
Não sei se você já pensou nisso na infância, mas eu me perguntava: por que não fazem um montão de dinheiro e distribuem para as pessoas? Assim não teria mais pobreza... Não é só um papel pintado? Alguém tem de produzi-lo; então porque não produz mais?

E a resposta para essa pergunta é simples, mas só compreendi quando adulto: o papel moeda é só um símbolo de um sistema inaugurado a milênios, desde que começaram as primeiras trocas e, através dele, e da cultura que gerou, somos quem somos; essa medida, de aparência prática e justa (ao menos para um coração infantil), colocaria a baixo milênios da cultura que conhecemos e teríamos que reaprender tudo, reinventar tudo, reorganizar tudo, do zero!

Da mesma forma acontece com os afetos. O principio para todo afeto é a RELAÇÃO. E essa, meus amigos, é um exercício que, se não for mutuo, deixa de existir, porque descumpre, em si mesma, sua finalidade e especificidade.

Então as relações não são gratuitas?
Não!!! Claro que não!!!
Boas relações são recheadas de atitudes gratuitas; mas a relação em si mesma não, essa imprescinde cumplicidade além da gratuidade...

Não sei se congui dizer o que pretendi ao iniciar esse inscrito, mas gostaria de repetir uma coisa:

“AH! DÁ LICENÇA!!!”
Achei que vocês eram egoístas, mas volto atrás, são todos iguais e, sendo assim, sendo maioria, acho que eu que sou esquizofrênico, chato, egoísta e reclamão... Aceito meus predicativos!!! Mas para quem interessar gostaria de dizer:

“Sempre chega a hora que o camelo tem sede!!!”
E que, a partir de agora, quem quiser parte minha, tenha parte comigo...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A outra margem



Estou do lado de cá da margem...
De alguma forma já desvendei grande parte dos mistérios de cá.
Digo grande parte porque nunca hão de se descobrir todos os mistérios; porque uma mesma flor de hortência, entendida como azulada, pode revelar inúmeras nuances diferentes se submetida a diferentes intensidades de luz...
Intensidade... palavra significativa hoje pra mim! Talvez eu não esteja imprimindo a intensidade necessária aos meus dias de forma a poder redescobrir as muitas faces das mesmas coisas que conheci na margem de cá...
Preciso descobrir a outra margem... descobrir o que o escuro esconde, tão escondido quanto o excesso de claridade... Os caminhos do lado de cá parecem terem-se tornado pequenos para os meus pés, as roupas pequenas para minha alma e o sono insuficiente para os meus sonhos...
E sabe o que é mais estranho?
Sou pequeno!!! Meus pés são pequenos... os meus sonhos são pequenos...
Vivo o paradoxo do pequeno feito grande: abraçar o que é pequeno é um caminho inverso e se faz, por vezes, mas difícil de atingir que a própria grandeza...
Tenho que atingir a outra margem, e isso não implica em mudar, ir embora, talvez implique em posicionar-me de uma forma que mude o foco da minha visão de forma a, distanciando-me, virando-me, olhar para essa exato lugar onde estou, e ponto de partida para qualquer lugar, e atravessar a linha que me separa de mim mesmo, de tudo o que amo e acredito.
Disse que esse atravessar para a outra margem não implica em mudar, ir embora, mas, com certeza, implica em partir. Partir no sentido de ter que coisas deixar para trás, mesmo quando a viagem é de encontro ao refluxo da alma. Partir no sentido de fracionar, que não é necessariamente dividir, mas multiplicar pois, ao “partir” uma coisa que é única, automaticamente se estará multiplicando em, no mínimo, dois...
Partir é sempre significativo em si mesmo, pela saudade que toda part(ida) implica, pela leveza que toda partida gera por não se poder levar mais do que o necessário para bem poder voltar...
Na organização dessa partida, tive que emancipar alguns que, amando livre, prendi. Não os prendi, porque nunca ficaram em si mesmo se não no que deles construí e mantive – nessa manutenção minha prisão... Amei-os na liberdade, mas prendi-me na empresa de querê-los felizes; mas quem disse que compartilhamos mesma idéia de felicidade?
Na margem de cá fui só, sofri-me, sabendo-me só, mas achando-me acompanhado. Na margem de lá, quero estar só sabendo-me só, e assim já não sofrer ausências quando precisar falar – no mínimo, falando a mim mesmo, aprenderei a me ouvir, e talvez entenda a grande evocação que ecoa no coração do todo homem e entenda um pouco mais do sentido por trás de tudo isso...
Estranhas tantas palavras para a elucidação de uma coisa tão simples – partir e voltar (me) para o mesmo lugar de onde olho e sou.
Alguém, aí atrás, chamou a “visão metafísica” do mundo, das relações, e das coisas “tomar no furico”, eu chamo POESIA.

sábado, 5 de junho de 2010

Desencantos


Um amigo Fabio Cobra me "cobrou" uma nova postagem... kkkkkkkkkkkkkk...

Confesso que ainda estou no estado da última postagem, um estado de tranquilidade e paz que adormece meus sentidos para novas descobertas e sentimentos.

Pensei comigo mesmo: "O que dizer que seja útil à vida afetiva desse meu amigo, à minha, e à de todos que vierem a ler esse texto?".

Aí lembrei de uma frase que li de um amigo hoje no msn: "Estou cansado dessas mesmas palavras que me trouxeram até aqui hoje e só tomei no furico". Uma frase forte de alguém sob efeito de DESENCANTO e que, salvaguardando sua autoria, tomo por base de reflexão.

O contexto no qual a frase se inseriu é bem simples: há bem pouco tempo, esse mesmo amigo suspirava pelos cantos tomado de um súbito "excesso de amor" e afirmando sua necessidade em partilhar esse excesso com alguém. Procurou daqui, procurou dali, e nada!!! Sua postura gratuita de amor esbarrou, por várias vezes, nas redomas de egoísmo e centralização das pessoas à sua volta. Resultado: DESENCANTO.

Foi aí que tentei dizer da necessidade do ENCANTO como um subsídio afetivo que se processa na subjetividade da gente. Acho que é essa a finalidade da beleza, da arte e do amor - ENCANTAR A GENTE. A realidade concreta, em si mesma, é vazia, áspera, até dura demais em alguns pontos; sem essa reserva lúdica de ENCANTAMENTO acabaremos por sucumbir ou, no mínimo, nos tornarmos vazios, secos, DESENCANTADOS.

Algumas vezes é preciso sofrer esse desacreditar em alguns conceitos e pessoas mesmo, até pra dar uma avaliada nos valores que nos norteiam, mas sem nunca perder o foco do ENCANTO - e também para não agir como imbecis aluados, não estou aqui estimulando atitudes fora da concretude das nossas relações, mas ressaltando a importância da manutenção desse recurso interior, o ENCANTAMENTO, como de imprescindível importância na manutenção da nossa saúde afetiva e ideológica.

É justamente nesse lugar dentro que cultivamos nossas melhores flores de sonhos, projetos, metas, crenças, ideologias e afetos. É justamente nesse lugar dentro que guardamos a base ideológica que nos motiva a efetuar as mudanças em nós mesmos e o desejo de efetuá-las também fora. Sem afetos, sonhos, metas, crenças e ideologias nos tornamos seres meramente físicos, "COMENDO E CAGANDO" até que venha a morte.

Como diria o Mestre:

"Bem aventurados os ENCANTADOS, que não baseiam sua alegria na posse, mas dedicam-se à busca de bens que não se podem vender ou comprar, no máximo partilhar.

Bem aventurados os ENCANTADOS, que choram, porque não abrem mão de ser gente - e bem gente, mas que não DESesperam os momentos de alegria que sempre vem para quem sabe construí-los e esperá-los.

Bem aventurados os ENCANTADOS, porque um dia colherão os frutos da semeadura de amor e mataram sua fome de beleza e sua sede na fonte inestinguível de todo o bem chamada 'Deus'.

Bem aventurados os ENCANTADOS, porque conhecerão a felicidade e descobrirão o que todos almejam chamando 'reino dos céus'."

Amém