À medida que o mundo se recolhe, minh’alma cresce e se expande, e sai... Parece mesmo que se torna maior que o mundo porque todo ele cabe nela...
Sai como se pudesse tocar os que ama e dormem, confidenciando o que não lhes pode segredar acordados...
Sai e abraça tudo num grande ósculo de fraternidade e posse... ama tudo e todos como se cada um fosse seu...
Quando é dia e todos se acordam, não é que minh’alma durma, ela se recolhe... sabe pouco do concreto, do palpável, do que tem preço e origem definida... então apenas cala... e me amordaça...
Mas quando volta a noite... Ah! Quando volta a noite e todos dormem, ela acorda, solta-se, liberta-se... Porque só sabe de sonhos, de subentendidos, de gritos ocultos no silêncio, de amores que a razão não se permite...
Sai como se pudesse tocar os que ama e dormem, confidenciando o que não lhes pode segredar acordados...
Sai e abraça tudo num grande ósculo de fraternidade e posse... ama tudo e todos como se cada um fosse seu...
Quando é dia e todos se acordam, não é que minh’alma durma, ela se recolhe... sabe pouco do concreto, do palpável, do que tem preço e origem definida... então apenas cala... e me amordaça...
Ah, noite! Grande campo onde sou...
Noite dos apaixonados...
Noite onde toda doença parece piorar, seja as da alma ou as do corpo...
Noite das insônias... dos sonhos e dos pesadelos...
Noites com estrelas e sem elas...
Noite do loucos... das pessoas do submundo...
Noite escura da alma, confusa por tanta claridade vinda da origem da vida e de tudo...
Noite onde toda doença parece piorar, seja as da alma ou as do corpo...
Noite das insônias... dos sonhos e dos pesadelos...
Noites com estrelas e sem elas...
Noite do loucos... das pessoas do submundo...
Noite escura da alma, confusa por tanta claridade vinda da origem da vida e de tudo...
Quando todos dormem, a noite canta sua canção de ninar, e parece mesmo que me leva em seus acordes tanto mais longe consiga ir... e, às vezes, me leva tão profundo e longe que luto com o sono para não ter que tão depressa voltar, dormir, e acordar num mundo de paralelismos e (ir)reais que me constrange...
Não sei mais que isso... sei que minh’alma desperta enquanto todos dormem...
2 comentários:
Oh!Poeta noturno...
Eu que por diversas vezes tive por companhia o CALAR DA NOITE, e que na solidão da minha clausura precisei inspirar-me nos ditos e não ditos do seu silêncio ensurdecedor... para encontrar dentro de mim respostas às minhas próprias indagações.
Sou-lhe solidária!!!
Pois neste momento enquanto todos dormem, as palavras gritam e forçam uma expressão um tanto quanto contundente... mas que suavizam-se na medida em que brotam e chegam ao seu resultado final.
Lindo!!!
Um dia terei o prazer de dizer ao mundo o maravilhoso poeta que conheci!!!
Criatura mais bela!
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