Chegou mais um natal e mais um ano novo se
apresenta. É muito engraçado como os dias continuarão iguaizinhos, mas a ideia
de recomeçar mexe com a gente, faz renovar as forças, Drumond fala lindamente
sobre isso (procura aí atrás).
Com o natal e o ano novo nos vem duas monções: a
primeira – a ideia de fraternidade e perdão que o natal simboliza ao
representar a reconciliação de Deus com seu povo através da encarnação do seu
filho; a segunda – as reflexões sobre os pontos altos e baixos do ano que tá
quase terminando.
Nesses dois movimentos interiores apresentados
vem-nos uma reflexão difícil e confusa: é mais fácil pedir perdão ou
perdoar?????
Desde criança ouvi dizer que pedir perdão é muito difícil,
pela humilhação de ter que se rebaixar e clamar perdão, e eu acreditei...
Mas hoje penso diferente e apresento isso no olhar
de hoje: perdoar é mais difícil que pedir perdão.
De fato, admitir errar, para almas tão seguras de si
como as nossas, é em si algo humilhante, quanto a isso não tenho nada a dizer.
Só que, diferente do que pensava antes, hoje essa ideia me traz um porém: Quem
precisa pedir perdão o faz por uma atitude cometida, por uma ação deliberada
que, de alguma forma, lhe deu prazer, ao menos o prazer de se fazer o que se
acreditava... Algum prazer teve visto que, inclusa na ação de executar algo, está
o prazer deliberado de ter desejado executar e faze-lo, e digo assim ampliando
a ideia e significando ela numa dimensão bem geral. Não sei se consigo ser
claro, mas quem errou não o fez para sofrer, o fez para gozar de algum prazer,
mesmo que as consequências sejam a necessidade da humilhação posterior. Mas um
gozo houve!!! Seja ele qual tenha sido e em qual intensidade, mas houve!!!
Entenda-se: só há necessidade de se pedir perdão
quando nossas ações atingem negativamente e diretamente alguém, não é??????
Agora pergunto: Esse alguém escolheu passar por essa decepção? Esse alguém
gozou algum prazer, mesmo que momentâneo, nessa situação?
A resposta é NÃO!!! Para quem erra há um bônus, seja
ela qual for, se na dimensão objetiva ou psicológica, mas há; já para quem
precisa perdoar há apenas o ônus.
Veja você que, para a pessoa que precisa perdoar,
existem a decepção, a tristeza, a angústia, por uma atitude que ela não
escolheu, com a qual nada gozou, sobre quem pesa o peso da decisão de a
pressão, seja por questões e sentimentos pessoais, seja por pressões sociais,
de perdoar.
Agora pergunto de novo:
É mais fácil perdoar ou pedir perdão?????
São ambas atitudes difíceis! E também meritórias;
aqui não quero minimizar a beleza e a importância de nenhuma delas. Bom mesmo
seria que não errássemos, que não sofrêssemos
ao ter que pedir perdão nem fazendo os outros sofrerem, ou sofrer ao ter que
desconsiderar as dores e perdoar.
As atitudes de pedir perdão e perdoar, em si, trazem
a simbologia do RECOMEÇAR, do acreditar de novo, do oferecer a outra face como
sugeriu o mestre, colocando-a de novo sujeita a um novo golpe, e isso não é
nada fácil também.
Ao final desse olhar, o desejo que, junto ao menino Jesus
que precisamos fazer renascer sempre em nossos corações, não nos faltem
motivações e forças para pedir perdão e perdoar; e que, com o encerrar de ciclo
que o ano novo simboliza, findem-se também, com ele, os fantasmas de dor que
assombram os perdoadores e os perdoados...
Um Feliz Natal e um 2013 cheinho de muitas alegrias
de perdoar e ser perdoados para todos. Amém!!!!!