Caramba!!! Hoje me aborreci um bocado comigo mesmo...
Que felicidade macabra é essa que esperamos? Não! Que
coisinha mais chata se ela chegasse...
Perdemos um tempão danado esperando ganhar na mega sena sem
ao menos fazer uma aposta; quem de nós já não se pegou imaginando o que faria
com o dinheiro do prêmio? Mas sem jogar?
E no amor, esse sim nos embanana!!!
As meninas esperam um príncipe
encantando num cavalo branco... (Até hoje me pergunto o que elas têm contra os
cavalos pardos e os pretos, kkkkkkk).
E os caras esperando uma menina
compreensiva, que não faça muitas perguntas, que esteja sempre arrumadinha, sem
nunca engordar, quem não arrotem nem soltem pum, bem vestida a espera deles sempre.
Esperamos um emprego maravilhoso onde trabalhemos pouco e
ganhemos muito. Mais fácil sair correndo atrás de um arco-íris a procura de um
pote de ouro com o trabalho apenas de contar as moedas (apesar de que esse seria um
trabalhão! Então esquece! Não existe esse trabalho dos sonhos).
Que droga! Quanto tempo perdemos com essas ilusões imbecis!
É o segredo da frustração: desejar o irreal, o frágil, o inalcançável...
Se estou dizendo pra viver sem sonhos, sem ilusões?
Jamais!!! Não coloque palavras na minha boca! A vida sem sonhos e ilusões seria
mesmo uma droga pior ainda que viver a persegui-las. A questão é que esperamos
a felicidade (1) desejando algo irreal, (2) esperando que esse irreal nos
chegue como num passe de mágicas (o que teria muita lógica – ilusões nos
chegando através de mágica).
Repito: não estou pregando contra o desejo da felicidade, do
ideal; precisamos mesmo desejar coisas ideais para podermos nos aproximar o máximo
possível delas e enriquecermos o mundo de sublimidade... Mas estou pregando sim
contra essa ideia patética de uma felicidade mágica e não construída.
Nesse ponto o nosso olhar de hoje: “Felicidade se constrói com paixão e punhos”.
Já disse que não sou contra o desejo, o sonho, mas sou contra
as esperas mágicas e as ilusões insustentáveis. Felicidade se constrói no
alcance dos pequenos (ou dos grandes) desejos. Não espere a mágica, ao
contrário, seja sua fada madrinha, faça a felicidade acontecer.
Você menina, não espere um príncipe encantado num cavalo
branco; mais fácil é reconhecer o cara maravilhoso (apesar da falibilidade) que
seu namorado (ou marido) pode ser; e se estiver sozinha, imaginar que alguém
bacana existe em algum lugar a espreita de cruzar seu caminho. Se ainda assim
você desejar muito o príncipe no cavalo branco, produza uma festa a fantasia,
alugue uma fantasia de príncipe e um cavalo e peça pra seu namorado chegar na
festa nele.
E você, amigo, em busca da eterna bonequinha da juventude, (1)
se quer que sua mulher ou namorada não envelheça ou engorde, também não envelheça
nem engorde você, ela também quer alguém apresentável e desejável ao lado, (2)
já pensou em quebrar a rotina se apaixonando pela(s) mulher(es) que sua
companheira vai se tornando? Não! Devia! Assim espantaria a rotina se
enamorando das várias mulheres em uma que a maturidade vai construindo na mesma
que ao seu lado dorme. Mas se sua felicidade mesmo estiver baseada numa mulher
sempre disposta ao sexo, que não engorde, que fale pouco ou nada fale, sempre
arrumadinha e a sua espera, que não arrote nem solte pum, compre uma boneca
inflável. Mas cuidado para não se frustrar na sua busca dessa perfeição
artificial não inflando a boneca demais (ela pode parecer gorda), e cuidando no
manuseio dela (ela pode furar e emitir gases semelhantes ao que você desejava
evitar).
E o emprego ideal? Kkkkkkkkkk... Quer trabalhar nele? Amanhã
cedo você vai bater ponto nele. Como? Fazendo do seu emprego o melhor que ele
pode ser: convivendo bem com seu companheiros de trabalho, subordinados e
superiores; reconhecendo a importância do seu oficio para alguém; reconhecendo
a importância do que você ganha para a manutenção da sua vida e de quem você
ama; se esforçando por manter a calma na pressão e sendo estímulo para sua
equipe. Tenho certeza que, agindo assim, além de estar bem no lugar onde você
passa grande parte da sua vida, terá bem mais chances de ganhar uma promoção ou
aquele aumento que você tanto desejou para fazer aquela viagem dos sonhos. E se
o lugar onde você trabalha não tem jeito mesmo, o que você tá fazendo nele? Peça
demissão ontem!!! E vá em busca de outro. Por que ficar roendo o osso se em
algum lugar tem filé à sua espera?
Isso não serve só para as questões amplas que supra citamos,
mas para uma serie de outras questões que se põem à nossa felicidade. É preciso
mesmo viver com paixão; sem paixão as conquistas, das pequenas as maiores,
perdem o valor. Mas só paixão não é suficiente. É preciso disciplina, empenho,
ação associada à vontade.
E mais: pararmos de entender e desejar a felicidade como
algo para amanhã, para o ano que vem... e enxergar pequenas nuances de
felicidade que nos sorriem todos os dias e que perdem seu valor diante de
desejos e ambições muito grandes.
Pensando bem direitinho, costumava dizer na minha adolescência
que temos, das 1001 razões diárias que a vida nos dá, 1000 razões para sermos
felizes e 1 para sermos tristes, mas nos apegamos a essa uma de tristeza com
uma força tão grande, caímos sentindo pena de nós mesmos, nos fazendo de
vítimas da vida e das circunstâncias, e esquecendo as outras mil para segundo
plano. Penso uma serie de coisas diferente da adolescência, mas essa ainda
continuo pensando do mesmo jeito.
Enfim, priorizemos a felicidade!
Quando noticiaram que felicidade seria uma disciplina
ensinada na escola imaginei: que despropósito! Deviam mesmo era ensinar bem o
que a escola já se propõe sem êxito.
Hoje, refletindo esse olhar, sou levado a considerar que
felicidade se aprende, ou melhor, nos educamos para ser felizes, para nos
reconhecermos felizes, para considerarmos as mil razões diárias de ser gratos a
Deus e à vida.
Mais uma vez: um brinde à felicidade!!!